![alexandra forbes](http://f.i.uol.com.br/fotografia/2015/05/20/513448-115x150-1.jpeg)
� jornalista gastron�mica, 'foodtrotter' e autora de 'Jantares de Mesa e Cama'. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.
At� a Pepsi quer ser artesanal
Quando vai aos Estados Unidos, o chef Ivan Ralston volta com quinino na mala –casca pulverizada de uma �rvore peruana. Com isso, em seu restaurante Tuju, faz �gua t�nica caseira (o que explica porque o gim t�nica dele � t�o acima da m�dia).
O capricho custa caro. Mas, no mundo da alta coquetelaria –at� no Brasil, com o d�lar nas alturas–, fazer sodas caseiras como essa �gua t�nica tornou-se requisito indispens�vel. Spencer Amereno Jr., dono do Frank, bar que os entendidos consideram o melhor de S�o Paulo, n�o abre m�o de fazer a sua, usada em seu famoso gim t�nica.
A t�nica � a mais conhecida dentre uma mir�ade de sodas, que s�o �guas acrescidas de g�s carb�nico, algum sabor e, geralmente, a��car. Coca e Pepsi, por exemplo. Ginger ale tamb�m, que Kennedy Nascimento, barman pluriestrelado, faz artesanalmente no Z Carniceria, um de v�rios bares e restaurantes paulistanos dos quais cuida dos drinques.
Nos Estados Unidos, onde as artesanais viraram moda j� h� alguns anos, as op��es s�o infinitas, de grapefruit a mel�o com framboesa. Muita gente compra maquinetas on-line para faz�-las em casa. Cont�m muito menos a��car do que as industriais e zero qu�micos –portanto, ca�ram no gosto da gera��o sa�de.
A ind�stria de refrigerantes, para limpar a m� imagem das colas populares, est� tentando pegar o bonde, lan�ando sodas sem tantos corantes e sabores sint�ticos. A Pepsi investiu at� em um bar-conceito batizado de "Kola Lounge", prestes a ser inaugurado em Nova York, onde haver� um "curador de coquet�is residente". A marca descreve o lugar como um "hub para consumidores compartilharem experi�ncias sociais e de imers�o, ancoradas na explora��o do artesanato e dos sabores de nossas colas".
Convence? N�o, faz rir. Mas se as gigantes seguirem a onda das sodas naturais –que no Brasil restringe-se a barmen de elite e a um ou outro restaurante sofisticado–, sairemos ganhando. Cada novo adepto de sodas sem qu�micos ajuda a cimentar o decl�nio dos refrigerantes.
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