� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Trabalho na berlinda
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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Tabela mostra evolu��o da taxa de desemprego medida pelo IBGE |
Uma das datas mais simb�licas do calend�rio, o 1� de Maio deste ano encontra o pa�s imerso nas consequ�ncias da crise recessiva que dilapidou o mercado de trabalho.
Na semana passada, o IBGE deu a dimens�o da calamidade social que se abate sobre as fam�lias brasileiras.
S�o 14,2 milh�es de desempregados, um recorde gestado no governo anterior e, sem d�vida, o principal desafio atual do Brasil. Acrescente-se a precariedade das rela��es contratuais. No setor privado, o pa�s tem mais de 10 milh�es de pessoas sem carteira assinada. Al�m disso, grande parte da m�o de obra n�o disp�e de benef�cios complementares.
No Brasil do s�culo 21, choca saber que nada menos que 1,5 milh�o de pessoas est�o impedidas de sair do emprego. Elas n�o t�m como pagar despesas contra�das com alimenta��o e transporte, custeados pelo patr�o. � uma situa��o conhecida como servid�o por d�vida, considerada trabalho an�logo � escravid�o.
Mudar esse quadro requer determina��o.
A reativa��o do mercado de trabalho vai depender da retomada do crescimento econ�mico, com a restaura��o da confian�a no pa�s. Quando a roda voltar a girar -e j� h� sinais positivos nesse sentido-, os empregos voltar�o, associados ao aumento da atividade econ�mica. Enquanto isso, precisamos repensar alguns aspectos das nossas rela��es trabalhistas, ajustando-as �s demandas atuais da sociedade.
Hoje a economia tende a crescer mais pelo avan�o da tecnologia e de novos processos de produ��o. Um produto simples tem componentes oriundos de diferentes pa�ses. Essa � a realidade. O trabalho especializado e terceirizado � outra realidade dos tempos digitais. Esse mundo em permanente mudan�a e integra��o requer modalidades de trabalho pr�prias e maior autonomia nas rela��es entre trabalhadores e empresas.
Isso n�o significa, no entanto, perda de direitos por parte do trabalhador.
Uma reforma trabalhista que preserve direitos como, por exemplo, sal�rio m�nimo, FGTS, f�rias, aviso pr�vio e 13� sal�rio, mas que modernize as rela��es de trabalho e permita ao Brasil avan�ar, n�o � apenas urgente. � inadi�vel.
A legisla��o trabalhista do Brasil, uma das mais r�gidas do planeta, alimenta a informalidade que abriga hoje 40% dos trabalhadores brasileiros, sem qualquer prote��o.
Toda mudan�a gera tens�o e rea��es leg�timas. No entanto, h� que se encarar a realidade sem subterf�gios. A crise no trabalho � complexa e perversa e atinge principalmente negros, jovens e mulheres que continuar�o a demandar e merecer aten��es diferenciadas.
Durante anos, o Brasil empurrou para o futuro a solu��o de graves problemas. Como se n�o fosse ele, o futuro, nossa responsabilidade. � hora de mudar isso.
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