� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Ainda estamos no fundo do po�o quando se fala em emprego
Ingrid Fagundez/BBC Brasil | ||
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An�ncio de vagas de emprego em poste no centro de S�o Paulo |
A not�cia n�o deixa de ser um alento. Depois de quase dois anos em queda, o mercado brasileiro, em fevereiro, empregou mais do que demitiu. A boa nova repercute na vida de milhares de brasileiros e deve ser saudada, mas � preciso cautela. Ainda estamos no fundo do po�o quando se fala em emprego. Afinal, nada foi t�o degradado durante o colapso recessivo provocado pela pol�tica econ�mica petista do que o mercado de trabalho.
S� em 2016 foram cerca de 3 milh�es de desempregados a mais. H� mais de 12 milh�es de pessoas sem emprego formal no pa�s e certamente levar� tempo at� que sejam inclu�das no mercado.
A corrida por uma nova oportunidade tem sido longa: 20% dos desempregados procuram uma chance h� pelo menos dois anos, segundo o IBGE. O ciclo � perverso. Quem perde o lugar perde relacionamento profissional e pr�tica e aceita redu��o salarial para voltar. Os jovens que buscam o primeiro emprego s�o diretamente atingidos pela retra��o na economia. Com a crise, s�o obrigados a adiar a entrada no mercado e perdem a chance de adquirir experi�ncia.
H� muito tempo o desemprego se imp�e como realidade na rotina de milh�es de fam�lias. Por uma infeliz coincid�ncia, os bons n�meros recentes do mercado contrastam com a informa��o divulgada h� dias pela FGV. O desemprego recorde no ano passado fez aumentar, pela primeira vez em 22 anos, desde o Plano Real, a diferen�a na renda domiciliar per capita no pa�s. Ou seja, o desemprego atingiu em cheio os mais pobres e menos escolarizados. O resultado � o aumento da desigualdade social.
A realidade � contundente. A recess�o na qual fomos jogados pela m� gest�o econ�mica vem corroendo in�meras conquistas sociais, fazendo aumentar o n�mero de brasileiros pobres e miser�veis. Cresce o n�mero de adultos e crian�as vivendo em domic�lios nos quais a renda por morador � inferior a um quarto do sal�rio m�nimo. Isso se d� justamente no momento em que se imp�em restri��es or�ament�rias e ajustes indispens�veis ao reequil�brio das contas p�blicas.
� a hora de fazer valer boas pol�ticas p�blicas, capazes de proteger os segmentos mais vulner�veis. N�o se pode penalizar quem j� tem t�o pouco. Uma alta prioridade deve ser dada ao fortalecimento e aprimoramento de programas sociais bem geridos, de resultados mensur�veis, de forma a contribuir para a constru��o de uma rede de prote��o social eficaz.
Que n�o haja ilus�es. O pa�s est� no bom caminho, mas 2017 ainda se projeta como um ano dif�cil. A conta da retomada ser� pesada. Nesse contexto, vale o alerta: o grau de sacrif�cio a ser exigido da sociedade brasileira precisa ser distribu�do com justi�a e responsabilidade.
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