� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Contra desigualdade, � preciso crescimento econ�mico sustent�vel
A desigualdade social teve uma contundente s�ntese na semana que passou com n�meros da Oxfam, organiza��o com atua��o em 94 pa�ses.
Apenas oito bilion�rios possuem a mesma riqueza que os 3,6 bilh�es de pessoas mais pobres do mundo. S�o t�o poucos que caberiam num carrinho de golfe, como destaca a imagem usada na divulga��o do dado, escolhida para ilustrar a contradi��o e torn�-la ainda mais concreta.
N�o h� como combater a brutalidade desse mundo desigual sem crescimento econ�mico sustent�vel. Pol�ticas p�blicas pontuais podem aliviar o quadro, mas n�o bastam para que um pa�s d� o salto necess�rio para mudar verdadeiramente de patamar.
� a situa��o do Brasil, por exemplo, com os programas sociais de transfer�ncia de renda. Iniciados no governo Fernando Henrique, tiveram continuidade nas gest�es seguintes e resultaram em evidente melhoria das condi��es de vida da popula��o mais pobre.
Entretanto, esses benef�cios est�o sendo corro�dos por uma recess�o implac�vel. A falta de vis�o de longo prazo dos governos petistas custa caro aos brasileiros. A submiss�o ao interesse da reelei��o empurrou in�meras fam�lias de volta � mis�ria e � pobreza.
Com ajuste fiscal, reformas e muito sacrif�cio, o pa�s faz um esfor�o gigantesco para se reerguer, em meio aos escombros recebidos como heran�a.
Sem mudan�as estruturais, contudo, h� pouco o que fazer.
Tamb�m na semana passada, o F�rum Econ�mico Mundial de Davos divulgou o ranking de desenvolvimento inclusivo, cuja concep��o confirma o ponto de vista que j� manifestei, aqui, diversas vezes. N�o se pode avaliar a quest�o social apenas atrav�s de indicadores de renda. A pobreza e a mis�ria s�o condi��es de priva��o que ultrapassam em muito essa dimens�o.
No �ndice geral, entre as na��es em desenvolvimento, ficamos atr�s de Azerbaij�o, Vietn�, Paraguai e Venezuela. O ranking deixa o Brasil especialmente mal no seu grupo em educa��o e corrup��o, apontadas na conclus�o, ao lado da melhoria da infraestrutura e servi�os p�blicos, como problemas a serem superados.
A quest�o � que n�o se mede o �xito da inclus�o social pela quantidade de programas sociais ou apenas pelo n�mero de pessoas atendidas. H� um trip� b�sico para que a desigualdade diminua: educa��o, emprego e esfor�o do governo e da sociedade para que a mis�ria n�o seja um destino, mas um desafio que precisa e possa ser vencido.
P.S.: Fa�o tamb�m aqui minha homenagem pessoal a Teori Zavascki. N�s, brasileiros, temos uma enorme d�vida de gratid�o e reconhecimento com o ministro, pela forma respons�vel com que ele conduziu um dos momentos mais dif�ceis da nossa hist�ria. O pa�s n�o vai esquecer.
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