� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
N�o h� alternativa a n�o ser acreditar e seguir em frente
2016 foi um daqueles anos que pareciam n�o terminar nunca, tal a safra de m�s not�cias e saldos preponderantemente ruins. Fatos que impactaram negativamente as expectativas sobre o novo ano que floresceu h� um dia —e o tornaram ainda mais desafiador— e reduziram drasticamente a confian�a no futuro.
Em breve retrospectiva, ningu�m imaginava, na mais pessimista das an�lises, que o desastre tomaria a propor��o e a gravidade que tomou. Tudo ficou mais complexo e dif�cil porque os problemas n�o est�o no verniz. S�o estruturais e est�o enraizados, ap�s anos e anos de leni�ncia e procrastina��o com o que precisava ser feito.
Assim, n�o h� por que esperar por solu��es simples ou sa�das f�ceis, tampouco r�pidas, depois de um trecho t�o longo de equ�vocos, desvios e falhas graves acumuladas.
As enormes dificuldades previs�veis para 2017 n�o mudar�o, no entanto, o que o ano guarda em si mesmo: a�hip�tese de ele vir a representar um marco, um ponto fora da curva, um recome�o emblem�tico ap�s a tormenta das crises diversas e a agudeza�delet�ria de algumas delas, em especial a que�ceifou milh�es de empregos e reduziu consideravelmente a renda do brasileiro.
Enquanto fazemos a arruma��o da casa revirada, � importante reconhecer que partimos agora de um patamar bem diferente, in�dito. Uma nova consci�ncia nacional nasceu nas ruas e decretou que n�o h� mais espa�o para o ufanismo populista, para gest�es demag�gicas de salvadores da p�tria ou para quem se limita � administra��o di�ria da pobreza em vez de buscar a sua supera��o. Os dados do IBGE est�o a� para quem quiser ver. A t�o alardeada "Nova Matriz Econ�mica" redundou em estrondoso atraso. O pouco que avan�amos em mais de uma d�cada esvaiu-se em um sopro de instabilidade e voltamos a patinar como no passado.
Mas h� outros deveres n�o menos importantes. Precisamos deixar definitivamente de ser o pa�s em que h� leis que�"pegam" e as que "n�o pegam" ou que n�o alcan�am a todos. O Estado presidencialista vertical n�o pode continuar decidindo tudo. Somos, afinal, uma federa��o e ela precisa existir de fato e de direito, e n�o apenas como conceito. Os governos t�m que prestar contas sobre decis�es, gastos, retornos, alcances, qualidade e efetividade dos servi�os e dos investimentos p�blicos, em um regime de dr�stica austeridade e total transpar�ncia.
Quando se olha para tudo o que � necess�rio fazer —e algumas coisas fazer de novo—, n�o h� alternativa a n�o ser acreditar e seguir em frente. � preciso que tenhamos aprendido com os erros para, mais preparados, enfrentarmos o que ainda est� por vir. � hora de esperan�a e f�. Que venha 2017! Feliz Ano-Novo a todos.
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