� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
No mundo novo de Trump, temos que redobrar o sentido de urg�ncia
SAUL LOEB/AFP | ||
Donald Trump cumprimenta apoiadores ap�s discurso em que celebrou sua vit�ria nas elei��es dos EUA |
Quase tudo j� foi dito sobre o surpreendente desfecho da elei��o americana. Mas a vit�ria de Donald Trump continua a suscitar discuss�es, d�vidas e ang�stias e imp�e-se como assunto obrigat�rio pelo mundo afora.
De in�cio, embora n�o caibam reparos � soberana decis�o dos eleitores americanos, � de se esperar que a realidade imponha limites a algumas posi��es defendidas pelo presidente eleito ao longo da dura disputa com sua advers�ria. Em especial, que ele n�o leve adiante ideias xen�fobas e mis�ginas. Milhares de brasileiros e milh�es de imigrantes de outras nacionalidades que vivem nos EUA n�o podem ser responsabilizados por efeitos econ�micos decorrentes de processos hist�ricos.
Da mesma forma, o avan�o dos direitos das mulheres e das minorias n�o deve sofrer quaisquer amea�as, assim como ra�as e cren�as n�o podem ser alvo de preconceito.
Mas a principal consequ�ncia da vit�ria do republicano para o Brasil repousa sobre a nossa economia. Um dos pilares da plataforma vitoriosa escora-se numa agenda francamente protecionista, o que seria muito ruim num momento em que precisamos urgentemente de mais – e n�o menos – com�rcio para fortalecer nossa atividade produtiva.
� poss�vel que o realismo que costuma marcar a ascens�o de novos governos acabe por atenuar o �mpeto nacionalista e populista do discurso eleitoral. A solidez das seculares institui��es americanas, com seu sistema de freios e contrapesos, tamb�m deve colaborar para tanto. Ganhar� o mundo, se assim for.
De todo modo, o novo paradigma de poder global e o ambiente de crises e transforma��es obrigam o Brasil e o mundo a uma s�ria reflex�o.
Para n�s, brasileiros, n�o haver� chance de sucesso se n�o fizermos uma forte inflex�o no nosso regime fiscal, fazendo os ajustes de forma a preservar os servi�os essenciais que o governo precisa oferecer com mais qualidade � popula��o. Neste bravo mundo novo, n�o h� espa�o para gestores perdul�rios e pouco respons�veis.
Precisamos nos debru�ar com redobrado sentido de urg�ncia sobre reformas que modernizem nossa economia, injetando dinamismo, produtividade e competitividade ao nosso parque produtivo. O atraso � imenso: com o PT, o pa�s passou mais de uma d�cada de costas para o mundo, ressuscitando dogmas do passado que produziram fracassos.
O tempo nos dir� o verdadeiro impacto da elei��o de Trump no mundo. No Brasil, independentemente dos desafios que vir�o, devemos fazer a nossa parte, que come�a com um necess�rio encontro de contas com a realidade, o primeiro passo para recuperar um lugar de respeito no mundo e resgatar a esperan�a dentro das nossas pr�prias fronteiras.
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