� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Nunca tantos deixaram de fazer suas escolhas partid�rias
Alan Marques 03.out.2014 / Folhapress | ||
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Entre vencedores e vencidos, as elei��es que se encerraram ontem apontam para um resultado consensual: h� uma evidente crise da representatividade pol�tica no elevado n�mero de votos nulos e brancos, considerando as duas etapas do pleito. Nunca tantos deixaram de fazer suas escolhas partid�rias para expressar o inconformismo com a pol�tica tradicional. Este voto de nega��o precisa ser entendido para que possamos acelerar o esfor�o para reconquistar a confian�a dos cidad�os.�
O desgaste da democracia representativa n�o � um fen�meno brasileiro. Muitos pa�ses enfrentam essa crise, o que faz emergir, na cena p�blica global, personagens e grupos que se projetam por ostentar o discurso da antipol�tica. Isso � particularmente grave no Brasil, onde a nossa jovem democracia vive suas primeiras d�cadas de amadurecimento.
Desde os acontecimentos que sacudiram as ruas do pa�s em 2013, o descompasso entre cidad�os e seus representantes na vida p�blica se agravou. As den�ncias de corrup��o e as revela��es da Opera��o Lava Jato, o processo de impeachment da ex-presidente Dilma e a crise que destruiu a economia e os sonhos de milh�es de brasileiros ajudaram a multiplicar a descren�a e o desalento.��
Como resposta a esse estado de coisas, nada mais in�til e manipulador que a simples nega��o da pol�tica, j� que esta se constitui no territ�rio do debate e do di�logo que sustentam o ambiente democr�tico.�
Este � o momento de resgatar a boa pol�tica, revesti-la de significado para os que anseiam por maior participa��o. Naturalmente, os partidos precisam se oxigenar e se aproximar mais da vida real. A coletividade consegue hoje se organizar e se expressar em canais muito diversos. S�o movimentos leg�timos e, por isso mesmo, precisam caminhar de forma articulada com a representa��o pol�tica. Fora do campo pol�tico, o que h� � o autoritarismo e a intoler�ncia.
� essencial avan�ar na reforma do sistema pol�tico e eleitoral no pa�s. A fragmenta��o partid�ria —o Brasil tem nada menos que 35 partidos registrados no TSE e dezenas de outros a caminho—, o sistema eleitoral que dificulta as rela��es entre candidato e eleitor, e o mecanismo de financiamento das campanhas s�o quest�es que precisam ser vistas com urg�ncia e responsabilidade. J� tramita no Congresso uma proposta de minha autoria e do senador Ricardo Ferra�o que prev� uma cl�usula de desempenho eleitoral capaz de inibir o n�mero de partidos, expurgando aqueles que servem apenas como legendas de aluguel.�
A democracia � um patrim�nio da sociedade.�Ainda que imperfeita, � a �nica garantia de que a pluralidade de vozes ser� respeitada. E n�o h� nada que a fortale�a mais do que o exerc�cio da boa pol�tica.
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