� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
N�o se pode interpretar a Constitui��o de acordo com conveni�ncias
Acaba de ser encerrado o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, pondo fim a um per�odo de desacato � Constitui��o e de mentiras sistematicamente constru�das para manipular a percep��o da popula��o sobre a realidade.
Foi uma importante vit�ria da democracia brasileira. Mas o desfecho do processo foi imperfeito. Na �ltima volta do ponteiro, partid�rios da ex-presidente e seus aliados, fi�is ou de ocasi�o, desrespeitaram a Constitui��o.
A decis�o de fatiar a puni��o aplicada � ex-presidente � uma afronta � nossa lei maior, �s institui��es e �s regras democr�ticas do pa�s.
A Constitui��o � clar�ssima. Prev� a perda do mandato com inabilita��o por oito anos para exerc�cio da fun��o p�blica em caso de pr�tica de crime de responsabilidade pelo presidente da Rep�blica. Cindir essas duas penalidades, como fez o Senado, a partir de um mero destaque apresentado pela bancada do PT, � atentar contra o que determina a Carta Magna.
Decis�es dessa magnitude n�o podem ter car�ter pessoal, mas institucional. N�o se pode interpretar a Constitui��o de acordo com simpatias pessoais e partid�rias ou de acordo com conveni�ncias e circunst�ncias.
A decis�o que foi tomada vai na contram�o das seguran�as pol�tica e jur�dica necess�rias ao pa�s e fortalece, na popula��o, a percep��o da pol�tica como territ�rio de conchavos e interesses particulares. Como espa�o de impunidade.
Com o tempo, � poss�vel que as verdadeiras motiva��es do acordo, aparentemente realizado no Senado entre o PT e setores do PMDB, fiquem claras. De todas, a mais constrangedora para os que votaram a favor da tese ser� a eventual confirma��o de que o objetivo final teria sido a possibilidade de garantia de foro privilegiado � ex-presidente. Mas, como disse, essa � uma resposta que s� o futuro dar� aos brasileiros.
Pelo simbolismo, n�o passou despercebida, no mesmo dia, a entrevista por ela concedida ao fim da vota��o do impeachment. Nessa entrevista, ao deixar o governo, o PT ofereceu ao pa�s mais do mesmo: intoler�ncia e mistifica��o.
Ao inv�s do reconhecimento da realidade, o engodo da vitimiza��o. Ao inv�s de uma satisfa��o aos brasileiros pelo caos a que trouxeram o pa�s, a convoca��o a uma oposi��o raivosa ao novo governo.
Ironicamente, foi justamente essa oposi��o intolerante ao governo do PMDB que parte do PMDB do Senado apoiou ao votar com o PT em defesa da manuten��o dos direitos pol�ticos da ex-presidente.
O tempo demonstrar� a fal�cia do discurso do golpe. Mas temos pressa: � preciso que, a partir de agora, haja converg�ncia entre as a��es e as palavras do novo governo em uma s� dire��o: a da reconstru��o do pa�s.
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