� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Vozes de mar�o
Os brasileiros fizeram bonito neste domingo. De forma pac�fica, em centenas de munic�pios, milh�es de pessoas de todas as idades ocuparam as ruas do Brasil para protestar contra o governo e pedir uma solu��o para a crise em que fomos — e estamos — mergulhados. O grito que ecoou das multid�es foi incontest�vel: basta, n�o suportamos mais.
Homens e mulheres, fam�lias inteiras, jovens, idosos e crian�as, gente de todas as ra�as e credos, de cabe�a erguida, se irmanaram no sentimento de revolta e indigna��o contra um governo que esgotou sua capacidade de iludir e mentir. N�o d� mais para enganar ningu�m: al�m do fracasso na gest�o, h� um fracasso �tico e moral que arruinou o projeto de poder em curso. � contra este estado de coisas que o Brasil foi �s ruas.
Foi uma manifesta��o de consci�ncia c�vica como poucas j� vistas no pa�s. � imposs�vel ficar insens�vel ao grito un�ssono contra a corrup��o e a gest�o calamitosa, contra a mentira e a favor do trabalho independente das institui��es brasileiras. Em defesa da democracia e das conquistas que tanto nos custaram em sacrif�cio e luta.
No momento em que o discurso do radicalismo e da intoler�ncia amea�a conturbar o ambiente social, como �bvia rea��o aos resultados das investiga��es da Lava Jato e outras opera��es policiais em curso, os manifestantes de domingo deram um exemplo de serenidade, maturidade e responsabilidade. Indigna��o sim, viol�ncia nunca.
Precisamos aprender com a mobiliza��o gigante e seguir adiante em busca de sa�das para a crise. As vozes de mar�o nos colocam diante de um imperativo hist�rico: a na��o precisa construir uma solu��o para o impasse em que se encontra. Reencontrar o caminho da confian�a e da esperan�a.
Mais que nunca, o Congresso Nacional tem o dever de dar resson�ncia a este clamor. A classe pol�tica precisa cumprir com responsabilidade seu papel. Neste mar de insatisfa��es, precisamos ir al�m de denunciar, criticar e cobrar. Precisamos transformar.
Vivemos um momento �nico, f�rtil e de grande converg�ncia em torno de um sentimento de pa�s, que, em plano ampliado, j� significa um precioso recome�o. O pa�s que floresce das ruas n�o pode se perder. Ele precisa nos conduzir adiante.
N�o basta encerrar o regime dos esc�ndalos em s�rie e da corrup��o institucionalizada. Est�o � espera do Brasil desafios de grande envergadura, que demandar�o reformas profundas no plano pol�tico, econ�mico, �tico, social e do modelo de gest�o p�blica.
� hora de estarmos � altura desse sentimento nacional que clama por mudan�as. Com ele – e s� com ele – ser� poss�vel reduzir drasticamente o abismo existente entre a realidade e o sonho dos brasileiros e o pa�s que queremos e merecemos.
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