� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Realidade e marketing
O final de semana foi pr�digo em imagens planejadas com afinco para ganhar o notici�rio e a simpatia popular: ministros estrategicamente espalhados pelos Estados e at� a presidente da Rep�blica, no Rio, na tentativa de passar a ideia de uma alian�a entre governo e popula��o, combatendo um inimigo comum.
Nada contra o esfor�o de mobiliza��o nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti. O lament�vel � quando a m�quina de propaganda se sobrep�e �s iniciativas efetivas do poder p�blico. N�o � de hoje que a sa�de p�blica no Brasil vai de mal a pior.
Metade das resid�ncias brasileiras n�o tem acesso a esgotos coletados e tratados. Ao contr�rio do que diz a presidente, o seu governo n�o prioriza o saneamento no pa�s. Este ano, os recursos reservados no Or�amento para o setor tiveram forte queda na compara��o com 2015. Sobre esse tema, � oportuno lembrar a proposta do PSDB de isentar de impostos empresas de saneamento como forma de aumentar os investimentos no setor. Assumida pela candidata Dilma como compromisso, na campanha eleitoral de 2010, foi abandonada em seguida.
O mosquito sem controle reflete omiss�es e erros imperdo�veis. Por exemplo: em meio a uma emerg�ncia mundial decretada pela OMS, o Minist�rio da Sa�de atrasou em meses a entrega aos Estados de kits para exames de detec��o de dengue. A vida real n�o comporta tal lentid�o. S� nas tr�s primeiras semanas deste ano, o n�mero de casos de dengue cresceu 48% em rela��o ao mesmo per�odo de 2015.
De 2013 a 2015, o programa de pesquisas e estudos sobre a dengue perdeu f�lego –ano passado, o pagamento efetivado pelo governo foi menos da metade do previsto. No ver�o de 2015 a dengue explodiu no Nordeste. Agora, temos um surto de microcefalia associada ao v�rus da zika.
A realidade n�o comunga dos roteiros do marketing.
Apesar da grave crise enfrentada pelo pa�s, o governo federal e as empresas p�blicas mant�m um bilion�rio or�amento de publicidade. Juntos, Petrobras, Caixa, Banco do Brasil e Correios possuem verba anual de mais de R$ 1 bilh�o! No caso da Petrobras e dos Correios n�o h� sequer o pretexto da disputa de mercado. O governo federal tem or�amento semelhante.
Pois bem, em vez de distribuir panfletos em esquinas de grandes e poucas cidades, por que n�o encontrar uma forma de, ao menos esse ano, destinar grande parte desses valores ao patroc�nio de grandes e estrat�gicas a��es de comunica��o, informa��o e mobiliza��o da sociedade? Se o dinheiro p�blico pode patrocinar a divulga��o da Olimp�ada, por que n�o pode patrocinar tamb�m a defesa da popula��o?
O desafio � novo, urgente e imenso. N�o ser� vencido com mais do mesmo.
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