� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Encontro marcado
A maior festa popular do Brasil est� no seu auge e n�o cogito azedar a folia de ningu�m. Os brasileiros merecem se divertir e mostrar ao mundo a sua criatividade e alegria.
Quem � capaz de organizar uma festa com esta dimens�o, envolvendo grandes eventos de rua, desfiles hollywoodianos e doses infind�veis de talento e originalidade � uma gente acostumada a ver a vida com olhos de esperan�a e otimismo. � uma gente que n�o se intimida com as adversidades, que empreende com coragem e que p�e o bloco na rua, fa�a chuva ou fa�a sol.
Esse Brasil vibrante e colorido bem poderia inspirar o ano que prossegue, t�o logo se esvaziem as passarelas. J� na quarta-feira teremos de nos ver diante de uma realidade que n�o enseja grandes celebra��es. N�o bastasse o sofrimento com a epidemia ditada pelo mosquito Aedes aegypti, o cen�rio econ�mico e social se revela ainda mais sombrio.
A ind�stria teve o seu pior desempenho em mais de uma d�cada. Sem confian�a, os empres�rios est�o deixando de investir nas f�bricas e m�quinas que sustentam o crescimento. A produ��o mensal de ve�culos, por exemplo, caiu para o menor n�vel desde 2003. A recess�o fechou 1,5 milh�o de postos de trabalho. Com a infla��o no calcanhar, viver ficou bem mais caro. A cesta b�sica j� custa grande parte do sal�rio m�nimo de um trabalhador. Endividados, os brasileiros promoveram, em janeiro, a maior retirada de recursos da poupan�a em 20 anos.
E diante do pa�s que desmorona, o que faz o governo?
Cumprindo os ritos institucionais, a presidente da Rep�blica foi ao Congresso falar de suas propostas para o ano. Infelizmente, de novo uma ret�rica vazia e pouco cr�vel. A presidente claramente n�o tem nada a propor, al�m de pedir a volta da CPMF e acenar com um esbo�o de reforma da Previd�ncia, imediatamente contestadas pelo seu pr�prio partido.
N�o podemos nos conformar com a paralisia e a indecis�o que caracterizam o governo, incapaz de apresentar � na��o um caminho vi�vel para a supera��o da crise que ele mesmo criou. � preciso agir.
O momento agora � de Carnaval. T�o logo cesse a folia, temos um encontro marcado com o Brasil real, escasso de alegrias. � nesse contexto que devemos alinhar for�as e responsabilidades para construir uma agenda de trabalho capaz de mobilizar o pa�s. N�o podemos nos acomodar.
Em tempo:
Comovente e esclarecedora a reportagem da Folha em Pernambuco sobre os casos de microcefalia ligados ao v�rus da zika. O trabalho dos rep�rteres expondo o drama de m�es e filhos desamparados pela falta de assist�ncia mostra o quanto ainda estamos distantes de assegurar �s fam�lias o m�nimo suporte para enfrentar a trag�dia. O Brasil tem a obriga��o de fazer muito mais.
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