� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Ano velho
A sensa��o geral dos brasileiros � a de que 2015 teima em n�o terminar. Os problemas continuam os mesmos e v�o se agravando todos os dias. Os desafios tamb�m, sempre maiores do que eram, na medida em que v�o se acumulando e emperrando as raras portas de sa�da da crise.
A verdade � que este � um janeiro como poucas vezes j� vimos. Depois de as festas tradicionais de fim de ano sofrerem um necess�rio ajuste e as viagens de f�rias minguarem a olhos vistos, quase 60 milh�es de brasileiros est�o no vermelho, atingidos pela inadimpl�ncia, pelo desemprego, pela infla��o de dois d�gitos e pelo peso crescente de impostos.
Al�m de pre�os que sobem sem parar, as tarifas p�blicas, que passaram anos manipuladas pelo governo com fins eleitorais, continuam a alta iniciada logo ap�s as urnas da �ltima elei��o serem fechadas.
Energia, combust�veis -pagamos caro pela gasolina e pelo diesel no mesmo momento em que o pre�o do petr�leo cai avassaladoramente no mundo todo- e transporte p�blico movem o domin� da carestia, que ganha escala.
Os juros, os mais altos do mundo, devem subir de novo nesta semana. Tamb�m est�o mais elevadas as taxas para o financiamento imobili�rio, mais caro e escasso o cr�dito. Enfim, tudo ficou mais dif�cil.�
Some-se a essas dificuldades a realidade expressa na execu��o or�ament�ria do governo no ano passado, que reflete a aus�ncia de investimentos em �reas essenciais, para termos uma dimens�o mais completa dos desafios.
Seguramente o mais grave e mais preocupante � o aumento do desemprego. Em pouco mais de um ano, o ex�rcito de brasileiros sem trabalho ganhou mais 2 milh�es de pessoas. � certo que, infelizmente, o que j� est� bastante ruim ainda vai piorar.
� dif�cil encontrar esperan�a num cen�rio em que a economia pode ter despencado 4% no ano passado e deve cair mais 3% neste ano. S�o n�meros que adiam o futuro de milh�es de brasileiros.
N�o foi apenas o ano novo que nasceu velh�ssimo. As mesmas contradi��es e incoer�ncias que nos trouxeram at� aqui parecem continuar a orientar as a��es do governo.
O Brasil precisa, mais do que nunca, de responsabilidade, conten��o de desperd�cios, transpar�ncia, seguran�a jur�dica, foco em prioridades e, acima de tudo, clareza em rela��o �s escolhas feitas e ao rumo definido. � essencial um esfor�o efetivo para recuperar a confian�a perdida.
Sem isso, n�o h� caminho para o crescimento. E sem crescimento, n�o h� sa�da para a crise de governan�a em que o PT mergulhou o pa�s. Espera-se que o governo, em benef�cio das atuais e, em especial, das futuras gera��es, n�o insista em enveredar pelos mesmos e equivocados caminhos que nos trouxeram � cat�strofe atual.
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