� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Pen�ria
Famosa h� d�cadas, a cl�ssica marchinha "Me D� Um Dinheiro A�" parece a trilha ideal para o pr�ximo Carnaval, tal o estado de pen�ria em que se encontra a na��o. O pa�s, Estados e munic�pios, empresas e brasileiros –est�o quase todos de pires na m�o.
Fechamos 2015 com uma crise sem precedentes. PIB negativo, infla��o de dois d�gitos, contas p�blicas fora de controle, 59 milh�es de consumidores inadimplentes e as empresas brasileiras as mais endividadas entre os emergentes. Perdemos o selo de bom pagador de duas ag�ncias de risco.
Quem ainda confia na solv�ncia do governo?
Estados e munic�pios est�o � m�ngua, sem recursos para honrar seus principais compromissos. Uma parte consider�vel do problema est� na centraliza��o excessiva da Uni�o, que fica com grande parte do que se arrecada no pa�s. O pouco que resta � disputado pelos entes federados, penalizados pelo crescente acr�scimo de despesas sem a respectiva contrapartida financeira, como nas �reas de sa�de e seguran�a. No momento em que a arrecada��o federal cai, a sobreviv�ncia de grande parcela das cidades, muito dependentes das transfer�ncias da Uni�o, fica amea�ada.
A situa��o se agrava com a p�ssima gest�o das contas p�blicas. Em Estados como Minas, onde vigora hoje o mesmo modelo de gest�o petista, o resultado � ruinoso: pela primeira vez em 12 anos est�o em atraso os pagamentos dos servidores. Sem conseguir promover reformas que reduzam seus gastos, os governos est�o acuados –e a �tica cont�bil aplicada pelo governo federal n�o pode ser refer�ncia como solu��o para cobrir os rombos fiscais. Em 2015, muitos Estados tiveram ajuda de dep�sitos judiciais para "equilibrar" as contas. E agora?
O fato � que o fracasso da administra��o p�blica atinge diretamente a sociedade. A popula��o mais vulner�vel � duramente atingida pela deteriora��o dos servi�os p�blicos, como mostra o caos da sa�de em todo o pa�s. Com a economia em decl�nio, o colapso do servi�o p�blico tende a se agravar. No card�pio de solu��es do governo aposta-se na recria��o da CPMF como um bote salva-vidas, o que revela uma espantosa incapacidade de se apontar novos caminhos.
Temos a obriga��o de fazer mais do que isso. De um lado, a sociedade precisa continuar exigindo mais transpar�ncia e responsabilidade por parte daqueles a quem ela delegou a miss�o de governar. Por outro, � preciso perseverar na luta por um pacto federativo capaz de promover a justa redistribui��o dos recursos tribut�rios, a maior autonomia de Estados e munic�pios e uma participa��o maior de todos os entes da Federa��o na defini��o das pol�ticas p�blicas.
� bom come�armos o ano lembrando que o Brasil � muito mais que Bras�lia.
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