� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Ano Novo
Em tempos dif�ceis, o cultivo da esperan�a implica renovar o nosso estoque de confian�a na humanidade. � preciso acreditar que podemos fazer melhor do que j� fizemos. Essa � uma boa forma de come�ar o ano novo.
O ano que passou foi dram�tico, no mundo e no Brasil. A imagem do menino s�rio inerte nas areias da praia turca escancarou a trag�dia dos refugiados do Mediterr�neo –e estamos longe de equacionar este drama. J� s�o mais de 60 milh�es os refugiados e deslocados no planeta em fun��o de conflitos �tnicos, tribais e pol�ticos.
N�o h� como n�o se comover com o retrato de nossa impot�ncia em conter os desmandos e a intoler�ncia que tornam insuport�vel a vida para boa parte da popula��o mundial. Mas a como��o n�o basta. Da mesma forma, quando extremistas fan�ticos perpetram atos abomin�veis de viol�ncia, seja na S�ria, na Nig�ria ou na Fran�a, somos conclamados a agir.
Agir significa cuidar do que est� ao nosso redor. Dizer n�o ao radicalismo e � barb�rie implica compromisso com a vida, a dignidade, a justi�a. Ao longo de 2015, vivemos epis�dios lament�veis no Brasil, como a trag�dia ambiental de Mariana, a maior de nossa hist�ria, e o massacre rotineiro de nossos jovens, como o assassinato de cinco inocentes fuzilados numa triste noite brasileira.
Encerramos o ano imersos no fracasso econ�mico, fruto de uma gest�o pol�tica temer�ria e equivocada. Demos vexame em crescimento, empregos, infla��o e equil�brio fiscal, a ponto de sermos rebaixados e perder o t�tulo de bons pagadores.
Sofremos, agora, com uma epidemia de microcefalia que promete ser uma das maiores crises da hist�ria da sa�de p�blica no pa�s.
No entanto, as ruas mobilizadas de paix�o e vontade, de um lado, e a solidez de nossas institui��es, de outro, s�o indicadores de que nem tudo est� perdido.
Mesmo o mundo nos deu boas novas, como o reatamento das rela��es entre EUA e Cuba e as elei��es na Argentina e Venezuela, que sinalizam um distanciamento das ideologias populistas que acabam prejudicando justamente aqueles em cujo nome dizem agir. H� pouco tempo, a Confer�ncia Mundial do Clima terminou com um acordo hist�rico. S�o sinais que devem nos animar.
A decis�o recente do papa Francisco de canonizar Madre Teresa de Calcut�, Nobel da Paz em 1979 e s�mbolo maior da caridade e da dedica��o desmedida aos esquecidos do mundo, nos enche de esperan�a nestes dias prop�cios � reflex�o.
Sim, podemos fazer mais. Escassas, as boas not�cias devem ser constru�das com obstina��o, coragem, generosidade. Fa�amos o bem e o certo. Com gestos e atitudes. Com escolhas. Sempre em dire��o a uma sociedade mais justa e solid�ria. A um futuro melhor.
Teremos o 2016 que soubermos construir.
Livraria da Folha
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