� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Entre o Brasil e o PT
Semana passada, antes de completar um ano de seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff trocou seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. N�o se pode dizer que houve surpresa na escolha.
O ministro Levy assumiu a pasta com a miss�o de fazer o ajuste fiscal necess�rio e aprovar uma agenda de reformas estruturais para a supera��o da crise econ�mica e a retomada do crescimento do pa�s. O erro foi ter acreditado que a presidente Dilma -a mesma que na campanha eleitoral negava a necessidade de ajustes e afirmava que tudo estava bem- havia mudado.
N�o mudou. A presidente Dilma � a mesma superministra do segundo governo Lula, a mesma presidente economista que nos legou uma grave recess�o, com infla��o alta, e quase quebrou duas das principais estatais brasileiras: a Petrobras e a Eletrobras.
O novo ministro da Fazenda n�o � algu�m que chega agora ao governo do PT. Assumiu diversos cargos importantes na gest�o do ex-ministro Mantega e foi um dos principais arquitetos da "Nova Matriz Econ�mica", a pior experi�ncia de pol�tica econ�mica desde a d�cada de 1970.
A quest�o em aberto � se o "novo" ministro, o mesmo que defendeu as "pedaladas fiscais" e que conta com a simpatia do PT, ter� condi��es de encaminhar alguma agenda das reformas necess�rias.
Das duas uma: ou agrada ao PT e agrava a crise econ�mica ou tenta implementar a agenda do antecessor que sai e que n�o teve apoio do partido, nem de Lula e da presidente Dilma.
Em princ�pio, a presen�a de Barbosa � frente da Fazenda � uma escolha tamb�m partid�ria e n�o apenas uma mudan�a na economia, porque atende a press�es de parte do petismo ao seu pr�prio governo.
Enquanto isso, o Brasil real fica em compasso de espera. Continuamos em uma situa��o de grave desequil�brio fiscal, recess�o profunda, infla��o elevada, queda do investimento, aumento do desemprego e redu��o dos sal�rios reais.
Analistas independentes mostram que a trajet�ria de crescimento da d�vida p�blica do Brasil j� � insustent�vel, mas muitos alimentam a esperan�a de que o governo Dilma se curve ao bom senso e adote as medidas necess�rias para corre��o dos graves desequil�brios.
A falta de rumo da economia decorre da m� gest�o do governo e das ideias arcaicas de quem ainda acredita que uma crise econ�mica se combate com aumento do gasto p�blico, desequil�brio fiscal e interven��es do Estado.
Por enquanto, com ou sem mudan�as na equipe econ�mica, n�o existem raz�es para otimismo. Entre o Brasil e o PT, a presidente escolheu mais uma vez o PT. E como geralmente ocorre, quando o PT vence, quem perde � o Brasil.
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