� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Hora da verdade
A primeira rea��o do governo federal � abertura do processo de impeachment da presidente da Rep�blica passou ao largo da quest�o central que, querendo ou n�o o Pal�cio do Planalto, ter� que ser necessariamente discutida. A presidente Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade?
Seguindo a cartilha do marketing esmerado que conhecemos desde a campanha eleitoral, a presidente se apresenta � luta pela manuten��o do seu mandato chamando para o campo do enfrentamento pol�tico o presidente da C�mara dos Deputados. Tenta transformar um debate nacional em uma quest�o pessoal, "N�o tenho contas no exterior", "n�o ocultei meus bens", diz, como se as acusa��es que pesam sobre ela tivessem alguma rela��o com essas quest�es. Para confundir a popula��o, a presidente Dilma se defende do que n�o � acusada, ignorando solenemente cada uma das graves acusa��es que recaem hoje sobre ela e seu governo.
Mantendo coer�ncia com sua campanha eleitoral, n�o faltou espa�o na leitura da sua manifesta��o de "indigna��o" para algumas mentiras, entre elas a de que "n�o aceitaria barganhas".
Nesse aspecto, chega a ser constrangedora a declara��o da presidente que fez do toma-l�-d�-c� um conhecido instrumento para se manter no poder, e assistiu, com obsequioso sil�ncio/consentimento, �s press�es pouco discretas dos seus principais ministros sobre seus partid�rios no Conselho de �tica da C�mara.
Mas a quest�o central �: houve ou n�o crime de responsabilidade cometido pela presidente da Rep�blica?
O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), pela unanimidade dos seus membros, diz que sim. A lei diz: "s�o crimes de responsabilidade contra a lei or�ament�ria ordenar ou autorizar a abertura de cr�dito em desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei or�ament�ria ou na de cr�dito adicional ou com inobserv�ncia de prescri��o legal".
Al�m disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal veda expressamente a realiza��o de opera��es de cr�dito entre institui��o financeira estatal e o �rg�o p�blico que a controla.
Ser� em torno desses mandamentos legais que o debate dever� se dar. Esperamos, ele aconte�a pautado pela verdade dos fatos, sem subterf�gios.
Ao inv�s de organizar claques em eventos oficiais e preparar discursos ditados pelo marketing, o governo deveria guardar suas energias para ouvir o Brasil e defender-se, com clareza e respeito, tanto das acusa��es em curso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quanto das acusa��es formais contidas na pe�a produzida por Miguel Reale Jr., H�lio Bicudo e Jana�na Paschoal.
Assim, qualquer que seja o desfecho desse processo, a democracia vencer�. Para o bem do Brasil e dos brasileiros.
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