� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Futuro em jogo
Mantenho minha cren�a de que ainda poderemos nos tornar o primeiro grande pa�s desenvolvido do mundo com uma economia de baixo carbono.
A mudan�a do atual regime de desenvolvimento para um modelo sustent�vel n�o � apenas um grande desafio, mas a nossa maior oportunidade econ�mica, comercial e de mudan�as sociais do s�culo 21.
Pena que, engolfado por m�ltiplas crises e tendo como prioridade apenas sobreviver ao verdadeiro desmanche de um projeto de poder, o governo brasileiro chegue hoje a Paris, na mais importante confer�ncia mundial sobre o clima da atualidade, sem ter o que apresentar de substantivo.
Corremos o risco de ver, mais uma vez, o manejo artificial e conveniente de estat�sticas para de alguma forma n�o expor a realidade. E a realidade � a retomada do crescimento do desmatamento na Amaz�nia e os efeitos de uma das mais extensas trag�dias ambientais do mundo, a de Mariana, ainda pouco dimensionados em suas consequ�ncias.�
Al�m disso, carregamos os saldos negativos das crises h�drica e energ�tica, o sepultamento da pol�tica de biocombust�veis e a contradi��o da expans�o de incentivos ao transporte individual, um dos maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo, em detrimento do investimento em sistemas de transporte coletivo eficientes e menos�poluidores.
No campo legal, o Brasil j� tem institucionalizados instrumentos para o alcance de uma economia de baixo carbono. Definimos, inclusive, metas de m�dio prazo.
A quest�o central � que, tal como acontece nas demais pol�ticas p�blicas nacionais, n�o h� qualquer efetividade para torn�-las fact�veis e reais. As metas s�o concretas. Os meios s�o vagos. Lembro que, em 2009, instituiu-se �s pressas a Pol�tica Nacional de Mudan�as do Clima - PNMC, muito mais para dar algum protagonismo pol�tico � ent�o candidata Dilma Rousseff do que como uma pol�tica estrat�gica para o pa�s.
A PNMC brasileira previa dobrar o reflorestamento de 5,5 milh�es de hectares para 11 milh�es na d�cada seguinte. At� hoje pouco foi feito. Tamb�m n�o saiu do papel o Invent�rio Florestal Nacional, incluindo a mensura��o do estoque de carbono das florestas brasileiras. Seis anos depois, as principais iniciativas para reduzir as emiss�es s�o apenas promessas.
O s�culo 21 poder� ser o s�culo ambiental, se formos capazes de enfrentar com generosidade e responsabilidade os atuais desafios, a bordo de uma in�dita e necess�ria solidariedade entre as na��es em torno dessa causa comum, que ser� crucial para o destino do nosso processo civilizat�rio.�
O Brasil tem o dever de avan�ar mais nesse tema e, quem sabe, tornar-se refer�ncia de um novo modelo de desenvolvimento sustent�vel.
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