� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Mariana
Neste momento de sofrimento e indigna��o � preciso que o grito de socorro e alerta que ecoa de Mariana alcance a consci�ncia do Brasil.
Um pa�s se constr�i com a��es objetivas e com valores. Nas duas dimens�es estamos em falta com os brasileiros das �reas atingidas pela trag�dia.
Aparentemente se esquecendo do simbolismo do cargo que ocupa, somente uma semana ap�s o rompimento das barragens que provocaram o grave desastre ambiental, -e ap�s reiteradas cr�ticas pela sua aus�ncia- a presidente Dilma Rousseff sobrevoou a regi�o, se limitando a contemplar � dist�ncia a destrui��o.
N�o se encontrou com nenhuma das fam�lias, n�o apertou as m�os de quem perdeu entes queridos, n�o olhou nos olhos de nenhum desabrigado, n�o sentiu o odor da lama que varreu do mapa uma localidade inteira e afetou dezenas de munic�pios, em Minas e no Esp�rito Santo. N�o levou a nenhum dos atingidos a solidariedade dos brasileiros que representa.
A passagem mete�rica da presidente � reveladora da enorme dist�ncia que separa a vida real da popula��o da pauta dos governantes de plant�o. Some-se a isso, em mais uma evid�ncia do distanciamento do governo da trag�dia, o constrangedor v�deo que circula nas redes sociais mostrando que, sete dias depois, a presidente n�o sabia sequer o nome da empresa respons�vel pelo desastre.
Durante muitos anos ainda ouviremos falar da trag�dia de Mariana. N�o s�o apenas os n�meros que s�o superlativos, mas toda a dimens�o humana, social, ambiental e econ�mica que o fato envolve. O que aconteceu diz respeito ao pa�s como um todo. A quest�o ambiental, com toda a sua complexidade, precisa tornar-se protagonista na agenda p�blica. Agir no presente significa escolher o futuro.
Precisamos de mais celeridade e transpar�ncia. Precisamos de compromisso e de comprometimento.
O projeto de lei do novo marco da minera��o continua tramitando na C�mara dos Deputados sem merecer a devida aten��o do governo, at� o presente momento. Ele n�o foi capaz de contemplar as graves quest�es que o setor enfrenta na �rea ambiental, nem estabelecer as diretrizes necess�rias para que se possa adotar a sustentabilidade como um pressuposto das suas atividades.
A trag�dia de Mariana, que avan�ou sobre Governador Valadares e diversos outros munic�pios e chega ao Esp�rito Santo, se imp�e como um divisor nas pol�ticas p�blicas que regem a quest�o ambiental no pa�s. Temos o dever de buscar o crescimento econ�mico em harmonia com a preserva��o do ecossistema e a valoriza��o da dignidade humana. � um bom sonho a renascer da terra devastada.
Bento Rodrigues n�o pode se transformar apenas em mais uma fotografia na parede.
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