� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Elas
A defesa dos direitos das mulheres mobilizou o pa�s nas �ltimas semanas. A grave crise econ�mica e pol�tica perdeu espa�o para discuss�es imperativas e para campanhas que denunciam o ass�dio e condenam machistas, racistas e retrocessos que envergonham a sociedade.
Embora estejam cada vez mais integradas ao mercado de trabalho e ao comando de institui��es, as mulheres que devem ser centro das pol�ticas p�blicas ainda s�o as principais v�timas de preconceitos, discriminadas at� mesmo na remunera��o inferior a dos homens. Est�o sub-representadas na pol�tica e na sociedade, o que precisa ser superado.
Neste momento de defesa e valoriza��o das mulheres, e em meio a uma grave crise social da qual elas s�o grandes v�timas, � oportuno resgatarmos o legado da professora e antrop�loga Ruth Cardoso.
Ela personificou um tipo de a��o fundamental no pa�s em que vivemos. Buscava o fortalecimento da iniciativa e da responsabilidade individual e coletiva. Contribuiu para a defesa das minorias e o fortalecimento dos movimentos sociais.
Com o Comunidade Solid�ria, ouviu a sociedade, os mais pobres. Defendia a autonomia, n�o a depend�ncia. A supera��o, n�o a administra��o di�ria da pobreza. Por isso, priorizava a educa��o, a capacita��o e a participa��o social.
Com uma equipe comprometida, Ruth Cardoso trabalhou movida pela convic��o de que os pobres t�m o direito fundamental de fazer a travessia a uma inclus�o social verdadeira e permanente. Sustent�vel.
Acima de tudo foi uma entusiasta da parceria entre sociedade e Estado. Suas ideias nunca foram t�o atuais em um tempo em que o estatismo social do PT submete as pol�ticas sociais � perversidade da l�gica e do calend�rio pol�ticos.
Essencial na consolida��o do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, criado em 1985, com seu humanismo, ela estaria hoje condenando com veem�ncia as tentativas de coer��o, abuso e viol�ncia contra cada brasileira.
Felizmente a sociedade avan�a pela for�a e mobiliza��o das mulheres. Assistimos ao Outubro Rosa deste ano se espalhar com delicadeza e firmeza por todo pa�s. A defesa de direitos que antes se traduzia em manifesta��es segmentadas, hoje une profissionais de todas as �reas e estratos sociais, m�es, estudantes, negras, idosas e v�timas generalizadas de preconceitos ainda enraizados em nossa cultura.
Os desafios s�o enormes, mas os movimentos das �ltimas semanas em defesa da dignidade nos mostram que as vozes a favor dos direitos das mulheres n�o devem ter g�nero. Precisam ser de toda a sociedade.
� importante estar e lutar ao lado delas. Sem a for�a, intelig�ncia e sensibilidade femininas n�o h� mundo que resista. Nem que valha a pena.
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