� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Carta a Eduardo Campos
Amigo, escrevo nesse domingo, Dia dos Pais.
Aqui, em Bras�lia, os dias secos chegaram e as crian�as j� sentem. Balde com �gua e toalha molhada no quarto t�m sido a solu��o caseira, mas acho que j� est� na hora de comprar um umidificador.
Nesta segunda, em que voc� completaria 50 anos estarei na sua Recife. Quero muito dar um beijo na Renata e nos meninos e agradecer, mais uma vez, o carinho e a generosidade que tiveram comigo no ano passado, quando voc�, inexplicavelmente, nos deixou.
Amanheci pensando na falta que o seu abra�o e seu sorriso largo fazem a eles. Aprendi com meu pai, A�cio, que para a educa��o dos filhos duas coisas s�o muito importantes: a presen�a, sempre que poss�vel, e os bons exemplos. No seu caso, os bons exemplos est�o por toda parte e os acompanhar�o para sempre.
Como deve estar vendo a� de cima, por aqui as coisas n�o v�o nada bem.
Estava me lembrando da nossa conversa no apartamento de sua m�e, dona Ana, no fim de 2013, quando, ap�s uma apetitosa carne de sol, falamos da necessidade da corre��o de rumos na economia. Lembro-me que chegamos � conclus�o de que dever�amos concorrer � Presid�ncia em trincheiras pr�prias, para fortalecer as oposi��es, e de que nos encontrar�amos mais adiante, para somarmos for�as em um novo projeto de Brasil, caso um de n�s dois viesse a ser vitorioso.
Nesses dias de incertezas, Eduardo, sinto falta das nossas conversas francas, verdadeiras, em que fal�vamos do futuro com responsabilidade, mas tamb�m com alegria e com o bom humor que nunca lhe faltou. Disse a voc�, muitas vezes, como me chamava aten��o a uni�o da sua fam�lia e o afeto que toca a todos que t�m o privil�gio de conviver com ela. Nesse �ltimo ano, voc� n�o tem ideia dos exemplos que Renata e os meninos deram a todos os brasileiros.
N�o me sai da cabe�a um dos �ltimos jantares na sua casa, com carne de boi e frutos do mar � mesa, que naturalmente voc� n�o comeu. Ap�s muitas hist�rias sobre Arraes e Tancredo (que adapt�vamos ao sabor do ouvinte), nos reunimos em volta daquela m�quina de m�sica na varanda, que funciona com fichas, e que o Jos�, at� ent�o seu ca�ula, com um sorriso no rosto, manejava como ningu�m. Miguel ainda n�o havia chegado.
Ap�s ouvirmos algumas vezes a sua preferida, "Evid�ncias", na voz dos amigos Chit�ozinho e Xoror�, colocamos "Tocando em frente", de Renato Teixeira e Almir Sater: "Ando devagar, porque j� tive pressa e levo esse sorriso porque j� chorei demais"...
� isso que fica. A lembran�a do seu sorriso franco e leal. Os nossos sonhos comuns. E uma amizade para toda vida.
Voc� faz muita falta ao Brasil, amigo.
O abra�o do A�cio.
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