Descrição de chapéu China astronomia

Sonda chinesa está pronta para voltar à Terra com amostras do lado afastado da Lua

Após pouso, Chang'e-6 teve janela de 14 horas para perfurar, escavar e selar 2 kg de material

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Eduardo Baptista
Pequim | Reuters

A sonda lunar chinesa Chang'e-6 está pronta para iniciar sua jornada histórica de volta à Terra a partir do lado afastado da Lua, após coletar amostras que os cientistas esperam que ajudem a responder a perguntas importantes sobre a evolução do Sistema Solar.

A Chang'e-6, batizada com o nome da mítica deusa lunar chinesa, foi lançada em 3 de maio deste ano da província de Hainan, no sul da China.

A sonda totalmente robótica pousou no sábado (1º), no horário de Brasília, em um local até então inexplorado em uma gigantesca cratera chamada Apollo, na bacia Polo Sul-Aitken, no lado do satélite que está permanentemente fora da visão da Terra.

Imagem de vídeo que simula o pouso da sonda chinesa no lado afastado da Lua - Jin Liwang/Xinhua

A missão Chang'e anterior coletou amostras do lado visível da Lua em dezembro de 2020, reiniciando esforços globais de recuperação de material lunar depois de um intervalo de 44 anos.

A missão Luna 24 ,lançada pela antiga União Soviética em 1976, coletou 170,1 gramas de amostras do Mare Crisium, ou mar das crises, no lado da Lua visível da Terra.

Entre 1969 e 1972, seis missões Apollo, todas com tripulação, coletaram 2.200 amostras pesando um total de 382 quilos, também do lado da Lua voltado para a Terra.

James Carpenter, chefe do escritório de ciência lunar da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), disse que as amostras coletadas pelas missões Apollo sugerem que a bacia Polo Sul-Aitken foi gerada em uma época de bombardeio extremamente pesado do Sistema Solar, da Terra e da Lua.

"Esse é um evento realmente central na história de todo o Sistema Solar, mas há alguma controvérsia sobre se ele aconteceu ou não", disse ele.

"Para entender isso, você precisa ancorar esses eventos, e isso será feito com amostras do lado mais distante da Lua, na bacia Polo Sul-Aitken."

Após o pouso, a Chang'e-6 teve uma janela de 14 horas para perfurar, escavar e selar 2 kg de material, mirando ser a primeira sonda a trazer de volta essas amostras do lado mais distante da Lua. Isso se compara à janela de 21 horas que a Chang'e-5 teve em 2020.

As amostras da Chang'e-6 serão transferidas e seladas em um foguete impulsionador sobre o módulo de pouso, que será lançado de volta ao espaço, acoplado a outra espaçonave na órbita lunar e transferirá as amostras.

O pouso na China está previsto para o dia 25 deste mês.

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