Pela primeira vez na Groenlândia, pesquisadores da Dinamarca documentaram vírus gigantes. Gigantes, claro, em relação ao tamanho usual de vírus.
Esses tipos de vírus estão presentes mundo afora, tanto em áreas como oceano, água doce e no solo, até mesmo em regiões mais extremas, como as profundezas do oceano, lagos na Antártida, no Ártico —e até mesmo no Brasil.
Basicamente, os cientistas, no estudo publicado na revista Microbiome, mostraram que os vírus gigantes (também conhecidos NCLDV, sigla em inglês para vírus nucleocitoplasmáticos de DNA de grande tamanho) são um componente chave do ambiente de neve e das comunidades microbianas no gelo da Groenlândia.
Foram analisadas amostras de gelo escuro, crioconita, e neve vermelha e verde. A partir disso, os cientistas conseguiram identificar a presença de DNA dos vírus gigantes.
"Essa é a primeira vez que eles [vírus gigantes] foram encontrados no gelo superficial e na neve contendo uma alta abundância de microalgas pigmentadas", disse Laura Perini, uma das autoras do estudo, em nota publicada no site da Universidade de Aarhus, que fez parte da pesquisa.
Segundo a nota divulgada pela universidade, o gelo escurecido tem origem no despertar das algas adormecidas. O escurecimento impactaria ainda a habilidade de reflexão dos raios solares, o que, por sua vez, acabaria por acelerar o derretimento do gelo.
Perini afirma que os vírus gigantes encontrados podem funcionar como uma espécie de mecanismo de controle dessas algas.
"Não sabemos muito sobre os vírus, mas acho que eles poderiam ser úteis como uma forma de aliviar o derretimento do gelo causado por florações de algas. O quão específicos eles são e quão eficientes seriam, ainda não sabemos. Mas ao explorá-los mais a fundo, esperamos responder algumas dessas perguntas", diz Perini ao site da universidade.
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