Corpos da fam�lia imperial s�o exumados
Os corpos de tr�s membros da fam�lia imperial brasileira --d. Pedro 1�, sua primeira mulher, d. Leopoldina, e a segunda, d. Am�lia-- foram exumados e submetidos a an�lises f�sicas, qu�micas e a exames de imagem na Faculdade de Medicina da USP.
O trabalho, liderado pela historiadora Valdirene Ambiel, 41, fez parte de disserta��o de mestrado defendida no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. As informa��es foram publicadas no jornal "O Estado de S.Paulo".
Uma das motiva��es para o estudo foi a preocupa��o com a conserva��o dos corpos, sepultados no Monumento � Independ�ncia, em S�o Paulo.
"H� infiltra��es, problemas de manuten��o e o relevo n�o ajuda", diz Valdirene. A urna de d. Pedro estava se esfacelando, tanto que foi necess�ria a confec��o de um novo caix�o.
MUMIFICA��O
Antes da abertura de cada urna, a pedido da fam�lia, um padre realizava uma cerim�nia em latim, segundo a pesquisadora, bolsista da Capes.
A maior surpresa encontrada logo ap�s a abertura foi no caix�o de d. Am�lia. J� se sabia que o cad�ver estava preservado, mas n�o se imaginava quanto. "C�lios, unhas, cabelo, tudo inteiro", diz Valdirene.
O m�dico Edson Amaro Jr., professor associado de radiologia na Faculdade de Medicina da USP, destaca tamb�m o c�rebro.
"O �rg�o conservou sua morfologia. � poss�vel observar at� os giros. Isso vai motivar pesquisas futuras."
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Depois da abertura e de an�lises preliminares, para verificar a presen�a de fungos, por exemplo, os corpos passaram por tomografia.
Mas, para isso, foram levados at� o Hospital das Cl�nicas. A remo��o foi cercada de cuidados. O interior dos caix�es ganhou uma espuma para fixar os esqueletos no percurso entre o Monumento � Independ�ncia, na zona sul, e o HC, na regi�o oeste.
O transporte foi realizado em etapas: d. Leopoldina em mar�o, d. Pedro em abril e d. Am�lia em agosto. Os corpos sa�am da cripta mais ou menos �s 21h e eram devolvidos entre 4h e 5h da manh�.
Para chegar ao pr�dio do HC onde foram feitas as tomografias, os restos mortais entraram no complexo pelo Servi�o de Verifica��o de �bitos e passaram por um t�nel subterr�neo --tudo para garantir o sigilo da opera��o.
A ossada de d. Pedro foi a �nica a passar por decapagem --retirada de res�duos dos ossos-- antes dos testes e tamb�m a �nica a ser submetida � resson�ncia.
Entre os achados dos exames, destaca-se a aparente aus�ncia de fratura no f�mur de d. Leopoldina.
Acreditava-se que a imperatriz teria sido empurrada de uma escada por d. Pedro, o que teria levado � sua morte. Os testes tamb�m permitiram identificar que a imperatriz foi sepultada com a roupa da coroa��o.
No imperador, n�o foram encontrados sinais de s�filis na ossada, o que n�o chega a descartar que ele tivesse a doen�a como se suspeitava, segundo o m�dico Paulo Saldiva, professor de patologia na USP.
"Seria poss�vel confirmar por meio de bi�psia do cora��o dele, que est� preservado em Portugal."
Amaro Jr. lembra que o trabalho � s� um primeiro passo para pesquisas futuras. Uma das possibilidades � fazer uma reconstru��o 3D, como um "d. Pedro virtual". At� a voz poderia ser reconstitu�da a partir de medidas �sseas, diz Saldiva.
Livraria da Folha
- Cole��o "Cinema Policial" re�ne quatro filmes de grandes diretores
- Soci�logo discute transforma��es do s�culo 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade