O fim do direito ao aborto nos Estados Unidos é uma fratura na engrenagem da "maior democracia do mundo". E é também um aviso. Basta uma mudança na composição da Suprema Corte para que conquistas importantes para grupos minoritários em direitos sejam confiscados.
No Brasil, o próximo presidente da República poderá indicar dois novos nomes para o Supremo Tribunal Federal. Se Jair Bolsonaro permanecer na cadeira, a promessa é de que os postos sejam ocupados por "conservadores". Isso acontecerá? Se sim, os novos ministros -junto dos dois últimos indicados Kássio Nunes Marques e André Mendonça- terão votos suficientes para fazer aqui o que os EUA assistiram? Só o tempo dirá.
Aqui, o SFT garantiu à população LGBTQIA+ a equiparação do crime de homotransfobia ao de racismo; liberou a doação de sangue por homens que fazem sexo com homens; permitiu que trans possam mudar seus nomes sem necessidade de cirurgias de redesignação sexual, consensos na comunidade. Vale lembrar, ainda, da aprovação da união estável entre pessoas do mesmo sexo.
Rodrigo Haidar, jornalista especializado no judiciário, a quem recorri pra escrever este texto, lembra da brilhante conclusão do professor João Carlos Souto. O caso da Suprema Corte americana mostra que um mandato presidencial não se esgota em quatro anos. E Bolsonaro entendeu isso.
Hoje, dia Internacional do Orgulho LGBT+, é dia de alguma celebração. Os dias seguintes serão de vigília.
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