Assim como o rap, o funk e outras vertentes sonoras pretas que vieram para o Brasil, o house fez a sua vez, mas, após ser consumido quase que exclusivamente em baladas de música eletrônica —principalmente em clubes frequentados pelas elites dos grandes centros—, hoje o ritmo tem ganhado espaço nos setlists dos DJs de origem periférica. "Como Eu Vim Parar Aqui", novo disco do artista fluminense Akin, faz o trabalho de misturar ritmos eletrônicos trazidos pela diáspora negra, usando o house como plano de fundo.
O álbum, lançado há uma semana (11/11), narra as vivências cariocas, aventuras e frustrações que passamos ao longo da vida, isso quando decidimos arriscar e ultrapassar certos limites. Ao longo das 12 faixas, personagens vão surgindo e histórias vão sendo criadas e acompanhadas de desamores e traumas.
Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, o cantor se divide em compositor, produtor musical, dançarino e pesquisador. Formado em direito ambiental, preferiu abandonar os tribunais em 2017 para se dedicar à vida artística. "Essa bagagem que trago do direito, onde eu tinha que estudar bastante, ler e entender casos, contribui com a nova carreira que decidi para minha vida. Adoro pesquisar histórias, ritmos e músicas que fazem sentido com o que escrevo e canto", comenta o artista.
Na obra, o dia e a noite se confundem nos versos que viajam entre o passado e o presente, isso por meio da vontade dos atores que aparecem nas músicas anunciando sua importância na viagem de Akin —tudo isso com o calor do Rio de Janeiro.
A repetição das letras apresentadas ao longo que surgem no álbum são trabalhadas de uma forma que remetem a nostalgia dos clubbers e interessados no universo da música eletrônica dos anos 1990. Ao mesmo tempo, a lírica do artista lembra os cantores das clássicas rodas de samba no Rio de Janeiro.
Akin comenta que o disco reflete também as pequenas histórias que criamos diariamente e como isso tem impacto no futuro. "Seja um flerte ou uma olhada diferente que damos a alguém, aquilo pode se tornar uma grande história de amor e acabar em um trauma repentino. Vale prestarmos atenção em como nos relacionamos afetivamente".
Este não é o primeiro trabalho de Akin, em 2019, o artista lançou os singles "Breu" e "QUESEF*". Em 2021, além de ter dado início ao processo de gravação do seu primeiro álbum, "Como eu vim parar aqui", ele também lançou o single "Vício", em parceria com o cantor também fluminense, Joca.
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