Saúde Mental

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Saúde Mental - Sílvia Haidar
Sílvia Haidar
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Psicóloga dá dicas para começar o ano com menos autocobrança

Exigir muito de si e estabelecer metas inalcançáveis gera frustração e ansiedade

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São Paulo

Quando um novo ano começa, é comum estabelecermos metas do que queremos realizar nos próximos meses. Mas é importante refletirmos sobre o que é viável para não gerar autocobrança, frustração e ansiedade.

Para Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C, a autocobrança é a constante busca pela perfeição e, consequentemente, cria expectativas irreais, tornando-se uma das principais causas das nossas maiores frustrações.

"Autocobrança é sobre tudo o que queremos esconder: imperfeição, vulnerabilidade, sensação de impotência e incapacidade. Afinal, ninguém quer se sentir, ou ser visto, dessa forma. Daí a necessidade de se cobrar sempre, e cada vez mais", diz.

Ilustração colorida mostra uma onda gigante indo em direção a uma pessoa que olha para cima
Estabelecer metas muito difíceis de alcançar pode gerar ansiedade e frustração - Getty images

A psicóloga reforça que é preciso ter em mente que você pode fazer e dar o seu melhor, mas sem ultrapassar seus limites físicos e emocionais. Essa forma de pensar neutraliza as emoções negativas e faz com que seja possível se relacionar ou atuar em determinadas situações com menos pressão interna e mais equilíbrio emocional.

Veja dicas da profissional para fugir da autocobrança.

Não tema o julgamento alheio
A autenticidade requer coragem, pois exige de nós aceitar nossa personalidade, nossas falhas e vulnerabilidades. É ter a força para abraçar quem realmente somos, desapegar das comparações e dos paradigmas de quem achamos que devemos ser. "Nada vale mais a pena do que trazer ao mundo o que realmente temos para dar. Ser coerente com nossa verdade nos proporciona liberdade, verdade e plenitude", afirma Machado.

Permita-se fazer menos e se cuidar mais
No estilo de vida atual, a quantidade de coisas que nós mesmos exigimos vai além do que se pode aguentar. E quando não damos conta de tudo, nos sentimos frustrados. Muitas vezes evitamos até fazer pausas e tirar folgas.

"Como seria se você se permitisse fazer menos e incluir momentos de descanso em sua jornada?", questiona a psicóloga.

"Períodos de desconexão são essenciais para o bem-estar. Esquecer um pouco o check-list, olhar para si mesmo e fazer algo que não esteja vinculado a responsabilidades, mas sim ao prazer, ao conforto que tanto lhe falta. Sua mente ficará mais descansada e até mais produtiva", diz.

Seja resiliente
Resiliência é a capacidade de nos adaptarmos às mudanças. Essa habilidade depende de fortalecer nossas qualidades pessoais e agir diante das adversidades com foco no nosso poder de atuação. Segundo Machado, para ser resiliente é preciso cultivar um modelo mental com espaço para uma visão positiva da vida, entrar em contato com as emoções e avaliar se suas escolhas alimentam os problemas ou agem de forma coerente à solução do que se busca.

Tenha autocompaixão
O perfeccionismo e a autocrítica geram um círculo vicioso. Passamos a viver na ansiedade de uma vida e atos perfeitos, tentando nos proteger das situações capazes de expor nossos defeitos ao mundo. Quando entendemos que a perfeição não existe e nos acolhemos exatamente como somos, conseguimos nos perdoar, atuar com autocompaixão e pedir ajuda quando precisamos.

"Vale lembrar que a autocobrança exagerada pode desencadear crises de ansiedade e até desenvolver transtornos graves. Daí a importância de se policiar. Caso perceba que o sentimento fugiu de controle, o ideal é buscar ajuda médica", afirma Machado.

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