Uma importante novidade está sendo inserida em mausoléus e jazigos de personalidades históricas e de relevância artística presentes no Cemitério da Consolação: QR codes. A iniciativa presente em diversas necrópoles com potencial turístico e cultural ao redor do mundo agora passa a ser implementada por aqui.
Chamadas de e-lápides os QR codes são impressos em placas de alumínio e inicialmente já foram instalados em alguns túmulos de personalidades importantes como a Marquesa de Santos, Monteiro Lobato e Dom Luiz Orleans e Bragança. Ao escanear o QR Code com seu aparelho celular o visitante será direcionado para um site com informações sobre a obra artística e a memória dos falecidos sepultados, como dados biográficos, textos de homenagem, fotos e vídeos.
De acordo com a Consolare, concessionária que administra o cemitério da Consolação, nesse primeiro momento, as e-lápides serão instaladas em 50 jazigos históricos. A implementação e curadoria está sendo realizada pela própria equipe da Consolare, com o apoio do Popó, que atua no cemitério há mais de duas décadas e que possui um amplo conhecimento das obras e personalidades que jazem no local.
"Estamos muito entusiasmados em apresentar essa iniciativa da Consolare, que segue na sequência de ações que temos previsto para valorizar e preservar a rica história presente no cemitério da Consolação", comenta Maurício Costa, CEO da Consolare. "Outras iniciativas nesse sentido foram a retomada das visitas mediadas na necrópole, que acontecem desde junho, e o projeto de restauro do Consolação, já em curso", complementa. Ainda de acordo com o executivo, a iniciativa das e-lápides também está disponível às famílias que queiram manter viva a memória de seus entes falecidos.
Num passado recente o cemitério da Consolação chegou a ter outras placas com QR Codes em alguns túmulos, fruto de um projeto da PUC-SP em parceria com o Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP). Contudo a iniciativa esbarrou na burocracia do poder público e acabou não indo adiante.
ILUSTRES (DES)CONHECIDOS
Mas se alguns túmulos já irão contar com e-lápides há túmulo de personalidades de suma importância para a história de São Paulo e do Brasil que estão totalmente delapidados, não constando qualquer tipo de informação sobre o sepultado, herança do precário serviço que era prestado durante o período em o cemitério da Consolação ainda estava sendo gerido pelo prefeitura paulistana.
É o caso absurdo do mausoléu de Washington Luís (*1869 +1957) personagem mais que relevante por ter sido o 13º Presidente do Brasil, último da chamada República Velha, além de ter anteriormente, ocupado os cargos de presidente do Estado de São Paulo (equivalente a governador atualmente) e prefeito da capital. Aos poucos, entre 2005 e até 2021, todas as placas de bronze existentes em seu túmulo foram furtadas deixando-o como um jazigo de um desconhecido, sem qualquer tipo de identificação.
Questionada sobre como irá proceder em casos com o do mausoléu de Washigton Luís a concessionária respondeu: "As e-lápides são uma solução para esse tipo de caso e serão instaladas nos jazigos de personalidades reconhecidas, como é o caso do ex-presidente Washington Luís. A Consolare realizou um mapeamento completo da área e estuda a instalação de placas de identificação nos jazigos mais importantes. Como o cemitério e muitas dessas construções tumulares são tombados, as intervenções precisam passar pela aprovação junto aos órgãos responsáveis, o que dificulta maior celeridade no processo. Nesse sentido, teremos na tecnologia uma grande aliada."
Veja mais fotos do Cemitério da Consolação:
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