A Consolare, concessionária responsável pela gestão de um bloco de cemitérios municipais em São Paulo, deu início a uma série de obras para trazer melhorias ao Cemitério da Quarta Parada, localizado na zona leste da capital. Inaugurado em 1 de janeiro de 1893 o cemitério também conhecido como "do Brás" é um dos mais importantes da capital paulista e sua reforma já era aguardada com bastante expectativa, uma vez que antes da concessão era um dos cemitérios mais vulneráveis a furtos e um dos que mais passavam sensação de abandono.
De acordo com Maurício Costa, CEO da Consolare "O Quarta Parada, um dos mais antigos do município, possui um valor histórico significativo e um profundo valor afetivo para os moradores da região". Ele enfatiza: "A Consolare está comprometida em transformar o cemitério em um espaço moderno, acolhedor e funcional, que honre a memória das pessoas ali sepultadas e ofereça conforto às famílias e à comunidade."
De acordo com a concessionária a necrópole da zona leste será a primeira administrada por eles a receber uma completa revitalização, com previsão para conclusão dos trabalhos até o final de dezembro de 2023. A reforma do Cemitério da Quarta Parada terá um investimento de aproximadamente R$ 10 milhões e incluirá não apenas as melhorias especificadas no caderno de encargos do edital de concessão da Prefeitura de São Paulo, como também obras adicionais que contribuirão para uma experiência mais qualitativa aos visitantes.
O QUE SERÁ FEITO NO LOCAL
Dentre as benfeitorias que vão além das obras obrigatórias, estão a pintura e revitalização da fachada, além da climatização das salas de velório e espaços comuns, visando proporcionar um ambiente confortável e respeitoso.
Além disso, as melhorias planejadas para o Quarta Parada incluem: Readequação de quase 67 mil m2 de pavimentação, revitalização e readequação de espaços internos, reforma e a readequação de espaços externos, abrangendo a revitalização de muros, com o conserto de partes danificadas e nova pintura.
A Consolare também irá inaugurar duas novas salas de velório, uma vez que as atuais já não são suficientes, além de um memorial de despedida para famílias que optem para a cremação de seus entes queridos. Será também disponibilizado wi-fi gratuito no local.
Uma antiga reivindicação de familiares de sepultados no Cemitério da Quarta Parada, a vigilância, também está prevista com a colocação de concertina nos muros e, principalmente, a instalação de circuito fechado de televisão (CFTV), que irá contribuir para o fim do vandalismo e dos furtos de materiais em bronze, placas e portas de jazigos um dos problemas mais crônicos desta necrópole.
CEMITÉRIO COM HISTÓRIA
Geralmente pouco lembrado pelos estudiosos de arte tumular e da história de São Paulo, o Cemitério da Quarta Parada é tão relevante quanto as demais necrópoles localizadas no centro da capital, como o da Consolação. Por suas ruas e alamedas podem ser vistos imponentes mausoléus construídos entre o final do século 19 e as primeiras décadas do século 20.
Além da arte tumular em si o Quarta Parada possui muitas personalidades históricas sepultadas. Estas são algumas que estão neste cemitério:
- Vicente Matheus – Ex-presidente do Corinthians (foto acima)
- Enéas – Ex-jogador da Portuguesa de Desportos
- Jacinto Figueira Jr o "Homem do Sapato Branco"
- Hélio Ribeiro - Jornalista e radialista
- Seu Nenê - Fundador da escola de Samba Nenê de Vila Matilde
- Arnaldo Rosa – Cofundador do conjunto Demônios da Garoa
- Domingos Montagner – Ator
Neste cemitério também estão sepultadas duas mulheres com história muito interessante. Uma delas trata-se da figura da Domadora de Leões, cujo mausoléu ostenta um leão de concreto em sua homenagem. A outra trata-se de Felisbina Müller, mulher cujo corpo foi exumado três vezes e sempre é recolocado por permanecer intacto. A ela são atribuídos vários milagres e é considerada a "santa protetora dos vestibulandos".
Na galeria abaixo um pouco da arte tumular e dos mausoléus do cemitério da Quarta Parada:
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.