As iniciativas para recuperação da região de Campos Elíseos – que muitos convencionaram chamar de Cracolândia – tem galgado alguns resultados ainda que tímidos. Um exemplo é a restauração de um antigo e deteriorado casarão da Avenida Rio Branco para fazer parte do novo complexo hospitalar chamado Centro de Referência da Saúde da Mulher.
Construído no final do século 19 o imóvel abrigou a partir no início dos primeiros anos do século 20 o Colégio Azevedo Soares. Esta extinta instituição de ensino curiosamente não começou suas atividades ali ou mesmo em São Paulo, sendo inaugurada em 1880 na cidade de Petrópolis (RJ). Curiosamente essa escola fez uma longa viagem até chegar a seu endereço definitivo, com seu proprietário movendo a escola por diversos endereços até se assentar finalmente no bairro de Campos Elíseos.
De Petrópolis onde não teve muitos alunos, o colégio mudou para o município paulista de Amparo no ano letivo de 1881. Ali permaneceu por alguns anos, atendendo principalmente filhos de cafeicultores e comerciantes locais até que no final do ano de 1885 mudou-se novamente, vindo então finalmente para a capital paulista. O endereço escolhido foi a Rua da Glória, no bairro da Liberdade.
Em São Paulo a escola tem a adesão de muitos alunos e logo seu novo endereço torna-se pequeno, obrigando a entidade a mudar-se novamente de endereço. Contudo ainda não é desta vez que o colégio chega na Alameda dos Bambus, passando ainda por dois outros endereços, na Rua Monsenhor Andrade, no Brás, na então Rua Senador Queirós, na Santa Ifigênia e na Ladeira Porto Geral.
Apenas em 1902 o diretor da instituição, Joaquim José de Azevedo Soares, adquire o imóvel da então Alameda dos Bambus, que posteriormente foi rebatizada de Avenida Rio Branco. Ali o Colégio permaneceria até o encerrar suas atividades em meados da década de 1940 apenas alguns anos após a morte de seu fundador.
APÓS FIM DO COLÉGIO VEIO A DEGRADAÇÃO
Com o fim do Colégio Azevedo Soares o imóvel passou a ter diversos outros usos comerciais ao longo do século 20 e, felizmente, nunca teve sua fachada adulterada. Já no início do século 21 o velho casarão estava em péssimo estado de conservação em seu interior, até que em 2008 o teto desabou parcialmente.
Com a decisão do Governo do Estado de São Paulo de transferir as atividades do Hospital Pérola Byington para uma nova edificação na região de Campos Elíseos ocorreu o temor que o velho casarão pudesse estar com seus dias contados, entretanto por ser tombado o imóvel foi completamente restaurado em seu exterior e modernizado na parte interna, uma vez que dentro já não estava mais com suas características originais.
Agora o local que no passado abrigou o extinto colégio está totalmente integrado com as instalações do novo Centro de Referência da Mulher.
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