O incêndio de grandes proporções que atingiu os arredores da Rua 25 de Março, no bairro da Sé, nesta madrugada de domingo para segunda-feira, 11 de julho, é apenas uma pequena demonstração de acontecimentos trágicos ainda maiores que ainda podem vir a acontecer naquela região.
Inúmeros edifícios da área atingida pelo fogo e arredores vem sendo transformados, ao longo dos últimos anos, em verdadeiros estoques verticais por lojistas e distribuidores dos mais variados tipos de produtos na região, algo que sem fiscalização e adaptação adequadas poderá levar outros edifícios a sofrerem incêndios similares e até mais trágicos.
Com a deterioração do centro de São Paulo e a mudança do centro financeiro da capital para outras regiões com a da Paulista e, posteriormente, Faria Lima e Berrini, inúmeros edifícios localizados na Avenida Senador Queirós, Rua Florêncio de Abreu e demais vias próximas ficaram com salas ociosas. Isso levou a a transformação de parte destes escritórios em lojas – muitas delas longe da fiscalização, que geralmente não sobe nos edifícios – e o que é pior, andares inteiros transformados em estoques, repletos de produtos que muitas vezes são acondicionados em espaços diminutos e sem ventilação adequada.
Para constatar esse verdadeiro caos de estoques nos edifícios da região não requer muito esforço. Basta observar, pela calçada mesmo, as janelas de alguns prédios daquela área, abarrotados de caixas de papelão ou de produtos empilhados. Alguns destes prédios são tão ou mais movimentados que algumas lojas das ruas onde estão instalados, aos olhos de porteiros e seguranças atentos se quem entra no prédio é cliente de fato ou um fiscal.
Muitos desses prédios, como o que foi o epicentro de incêndio deste domingo, não possuem AVCB ou autorização para funcionar como lojas, operam à revelia do poder público, que muitas vezes finge que não vê as irregularidades.
Encontrar quais são esses edifícios, por parte dos clientes, também não é difícil. Basta entrar em redes sociais como o TikTok e fazer uma busca por prédios que viraram lojas e os resultados serão inúmeros. Vídeos como este a seguir exemplificam muito bem.
PRÉDIO DO SEXO
Os prédios comerciais, mistos ou residenciais da região não são destinados apenas se transformarem em lojas ou estoques. Existe também o bizarro caso de um prédio nas proximidades transformado em prostíbulo.
Não muito longe dali, na Rua dos Andradas quase esquina com a Avenida Ipiranga, um edifício inteiro é dedicado à prostituição. Descobrir qual é não é difícil, bastando fazer uma busca rápida no Google. Ali são dez andares onde a circulação de homens em busca de prazer e outras ilicitudes é livre, sendo que costuma-se subir até o último andar e posteriormente descer um a um de escada, conferido preços de programa que vão variando de acordo com os andares e, claro, com a idade de quem oferece o serviço.
Localizado muito próximo da sede da Polícia Civil do Estado de São Paulo, este prédio é famoso na região, na internet e até mesmo no exterior. O curioso é que aparentemente apenas o poder público não conhece. Que coisa, não?
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