Em novembro, museus e centros culturais recebem programação voltada ao mês da Consciência Negra. Duas delas, em cartaz em São Paulo, reúnem um grande número de artistas negros de diferentes épocas, para debater a diversidade de gênero, regional e de técnicas usadas na arte afrobrasileira.
São elas: "Dos Brasis", em cartaz no Sesc Belenzinho, e "Mãos: 35 Anos da Mão Afro-Brasileira", no MAM.
Conhecer o trabalho de artistas pretos e pardos desse país não é só conhecer arte negra, é conhecer arte brasileira, feita por aqueles que fazem parte de 56% da população. Percentual que começa timidamente a colorir diferentes espaços.
Dos Brasis
"Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro" é a exposição mais abrangente dedicada apenas à produção de artistas negros já realizada no país. Até 28 de janeiro, o Sesc Belenzinho, na zona leste da cidade, reúne obras de 240 artistas.
Com entrada gratuita, a mostra propõe um passeio pela produção artística afrobrasileira do século 19 até hoje. No entanto, as obras não estão dispostas em ordem cronológica, aparecem separadas por eixos temáticos em três diferentes espaços dentro do Sesc.
Além de mesclar gerações de artistas, a exposição também passeia por diferentes linguagens, como pintura, fotografia, escultura, instalação e videoarte.
"Mãos: 35 Anos da Mão Afro-brasileira"
Reunir artistas para fazer uma espécie de panorama da diversidade da arte afrobrasileira não é uma novidade. Em 1988, Emanoel Araújo, artista, curador e fundador do Museu Afro Brasil, reuniu uma série de obras feitas por artistas negros na mostra "Mão Afro-Brasileira".
A exposição foi um marco importante para visibilidade dos artistas negros no país e, neste ano, é celebrada em uma reedição: "Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira", em cartaz no MAM, realizada em conjunto com o Museu Afro Brasil, ambos estão no Parque Ibirapuera, zona sul da cidade.
Além de revisitar a importância da mostra de 1988, que foi pioneira, a exposição homenageia a trajetória de Emanoel Araújo, morto em setembro de 2022.
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