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No blog, as mães Havolene Valinhos e Tatiana Cavalcanti abordam as descobertas do início da maternidade

Maternar - Havolene Valinhos e Tatiana Cavalcanti
Havolene Valinhos e Tatiana Cavalcanti
Descrição de chapéu maternidade bebê

Bebês podem ter cálculo na vesícula, diagnóstico raro que pode ser feito ainda no útero

Após os dois anos, a porcentagem varia de 2 a 4% e pode estar associado com outras doenças. Crianças saudáveis também podem ter cálculo

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São Paulo

Antes de uma amiga mencionar que seu bebê, de apenas cinco meses, estava com cálculo na vesícula, nunca tinha imaginado que um ser tão pequenino poderia ter esse diagnóstico.

Mas descobri que, apesar de ser mais frequente em adultos, o cálculo na vesícula pode ocorrer em qualquer idade, inclusive em bebês, com incidência menor que 1%, segundo a presidente do departamento de gastroenterologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), Cristina Targa.

Após os dois anos, a porcentagem varia de 2 a 4% e pode estar associado com outras doenças: da própria vesícula, anemia falciforme, fígado ou variados fatores, como uso de antibióticos, obesidade infantil, genética. Contudo, crianças saudáveis também podem ter cálculo.

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O cálculo na vesícula em bebês pode ser diagnosticado por ultrassonografia - Adobe Stock

A médica afirma que é possível realizar o diagnóstico ainda no útero por meio de uma ecografia. Aliás, a ultrassonografia é um dos motivos para o aumento do número de casos de cálculos na vesícula em bebês e crianças. "Com métodos de imagem mais apurados vemos muito mais coisas que antigamente. Chamamos isso de achado causal. Fazemos uma ecografia para ver uma coisa e encontramos outra."

Ela explica que, eventualmente, esses cálculos desaparecem, mas há o risco de aumentarem, se mexerem e obstruírem os canais por onde passam a bile.

"Os canais biliares fazem a comunicação entre o fígado e vesícula. A bile é produzida na vesícula e no fígado. Quando o cálculo se mexe e entope aquele canalzinho a criança vai ficar amarela, com dor ou com sintomas importantes. Nesses casos, normalmente, ela tem que ser operada. É uma cirurgia realizada por vídeo, mesmo em crianças pequenas. É um procedimento simples, mas que tem que ser bem feito."

Para a especialista, se a criança não apresentar nenhuma doença associada ou sintomas não é necessária uma operação de urgência, mas acompanhamento e observação da evolução do quadro. "No caso de um um bebê, por exemplo, eu esperaria, acompanharia."

De qualquer forma, na dúvida sobre sintomas ou da necessidade de cirurgia, primeiro se deve procurar um gastro pediatra, que poderá indicar um cirurgião de confiança.

Segundo a médica, caso realmente seja necessária a retirada da vesícula não é preciso se preocupar. "Muitas pessoas vivem tranquilamente sem vesícula, que é um órgão que ajuda na digestão. Isso porque o fígado continuará com os canais que drenam a bile para o intestino."

Cristina Targa também pontua que, no caso de bebês, a formação do cálculo não tem a ver com alimentação, pois nessa fase ainda está ocorrendo a introdução alimentar e há, via de regra, uma dieta saudável. Outras possibilidades para a formação dos cálculos seriam o efeito secundário do uso de alguns antibióticos e até mesmo fatores genéticos.

"Em bebês não há muito como prevenir. E embora existam alguns remédios que possam ajudar a desmanchar os cálculos, não é comum receitá-los pelo alto custo e pela falta de comprovação científica."

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