Unir o (muito) útil ao (muito) agradável e sair da aventura com a alma lavada em um dos biomas mais ameaçados do país, a Mata Atlântica. Essa é a proposta de uma ação que está sendo organizada por dois montanhistas experientes, Rodrigo Rodriguez e Torricelli Ferreira para os dias 1 e 2 de julho próximo: a Primeira Travessia Beneficente Lar dos Velhinhos de Pouso Alto.
A ideia dos dois montanhistas , que juntos já demarcaram a travessia Transpapagaio, no Parque Estadual Serra do Papagaio, um dos mais importantes e menos explorados santuários da Mata Atlântica, em Minas Gerais, é estabelecer uma nova trilha alternativa na área, batizada de Travessia Pedra Preta a Capitinga, num percurso total de 30 quilômetros e nível 6 de dificuldade.
No universo das trilhas, o nível 6 é o que prevê trechos de até 30 quilômetros, com subidas longas e caminhada técnica (ou seja, podendo encontrar diversos tipos de obstáculos), destinada a pessoas com bom condicionamento físico.
"Queremos abrir uma trilha inédita, muito bonita, e levar conosco no máximo oito pessoas, que é o limite que consideramos seguro de quatro para cada guia", explica Rodriguez. "E todo o valor arrecadado com as inscrições será destinado ao Lar dos Velhinhos de Pouso Alto", garante ele.
Torricelli acrescenta que a trilha a ser percorrida, na verdade, vai retomar um antigo percurso pelo qual seus avós, donos do sítio cuja parte alta fica já dentro do parque, escoavam madeira retirada da região. "Hoje a área está totalmente preservada e decidimos recuperar o trajeto para abrir a mais pessoas a possibilidade de conhecerem essa parte ainda não explorada pelos que percorrem o parque", conta ele, que há mais de 15 anos circula pelas montanhas da área e que dedica parte de seu tempo livre para promover eventos beneficentes para diversas organizações assistenciais.
As inscrições para a travessia saem por R$ 800 por cabeça, um valor bem na média do que é cobrado por guias de trilhas tradicionais na região, e o depósito deve ser feito diretamente na conta da instituição beneficiada, sem intermediários.
Os inscritos deverão chegar na sexta-feira (30 de julho) até as 23h em Santana do Capivari ou até 7h30 do dia 1° em Pouso Alto. O pernoite para quem chegar na véspera poderá ser feito no sítio de Torricelli, com direito a um café da manhã bem mineiro. Haverá duas opções de via, uma mais curta para quem quiser ficar na metade do caminho, e outra que seguirá até o fim do percurso projetado. O pernoite será em acampamento na montanha, com retorno no domingo para um churrasco no próprio sítio, estando previsto o encerramento às 19h do dia 2.
No valor da inscrição estão inclusos acompanhamento de um médico com certificação AWLS (Advanced Wilderness Life Support, especializada em perrengues da natureza), seguro individual para o participante e traslado entre os pontos de encontro e o início e o fim da trilha, bem como rastreamento seguro a cada 10 minutos via Garmin in Reach, aplicativo que permite o acompanhamento de todo o percurso, além, claro, do churrasco ao final do evento.
Então, além de ajudar uma instituição que merece todo o apoio, os participantes poderão incluir em seu currículo que participaram da criação de um percurso pioneiro em uma das mais belas paisagens de Minas Gerais. O trem vai ser bom demais, sô!
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