De Grão em Grão

Como cuidar do seu dinheiro, poupar e planejar o futuro

De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu inss Independência financeira

O que muitos chamam de surpresa, quem planeja denomina de previsão

Descubra como o planejamento financeiro pode transformar a incerteza da aposentadoria em uma realidade previsível e tranquila

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Nesta semana, conversei com uma investidora que afirmou temer não ter dinheiro suficiente para se aposentar de forma tranquila. Esse não é um medo comum, mas é devido. Muitos se surpreendem quando chegam à idade de aposentadoria e percebem que a fonte de renda que supria seus custos secou, e o patrimônio financeiro não é suficiente para manter o padrão de vida. Entretanto, pergunto: como isso pode ser uma surpresa?

Fachada de prédio do INSS no Viaduto Santa Ifigênia, centro. Foto: Zanone Fraissat/Folhapress - Folhapress

É possível fazer uma analogia desse comportamento com viagens. Imagine que você compra uma passagem para a Antártida. Você já sabe qual é a temperatura média naquela região. Assim, seria uma surpresa para você que lá estivesse frio? Não seria razoável que você se preparasse levando roupas de frio?

Sentir frio na Antártida não seria uma surpresa, mas uma previsão para aqueles que se preparam antes de viajar. O mesmo raciocínio deveria ocorrer quando pensamos em aposentadoria. Todos sabemos que nossa capacidade de gerar renda diminui a partir de uma determinada idade. Também sabemos que a renda proveniente da previdência social é limitada.

A aposentadoria é aquele momento em que as fontes de renda esfriam e, muitas vezes, congelam, deixando de fluir. Portanto, a necessidade de se preparar para a aposentadoria é similar à preparação que você faz quando planeja viajar.

Assim que se inicia no mercado de trabalho e se começa a ter uma fonte de renda, todos deveriam planejar o fim dessa renda. Dificilmente uma fonte não seca. Portanto, nada mais natural do que planejar o fim dela.

Nesse planejamento, há duas regras de bolso que ajudam. A primeira é a regra dos 250. Ela facilita o cálculo do patrimônio necessário para se aposentar. Para isso, basta multiplicar a renda desejada na aposentadoria por 250.

Por exemplo, se você deseja ter uma renda de R$ 10 mil na aposentadoria, seria adequado ter um patrimônio de R$ 2,5 milhões ao se aposentar.

Lembro que essa é uma regra de bolso, e o patrimônio que você realmente precisa será diferente, dependendo do prazo em que recebe a renda de R$ 10 mil e da taxa de juros que consegue nos investimentos.

A segunda regra é a dos 30, que diz respeito ao caminho até chegar ao patrimônio. Não se iluda: se sua renda é de R$ 10 mil e você deseja manter essa renda na aposentadoria, deve poupar no mínimo 30% desse valor para receber o benefício por 30 anos.

Por exemplo, se pretende receber R$ 10 mil por mês por 30 anos, de forma geral, deveria poupar 30% desse valor por 30 anos. Da mesma forma, reforço que esta é uma regra de bolso. Ela não se aplicaria a prazos curtos.

Portanto, não ter um patrimônio suficiente para se aposentar não deveria ser uma surpresa se você não está se preparando para isso.

Para os cálculos acima, foi utilizada uma taxa de juros real, ou seja, acima da inflação, de IPCA+4,1% ao ano já líquida de IR. Isso equivale a uma taxa de juros bruta de IPCA+5,5% ao ano. Atualmente, há taxas de juros de até IPCA+10% ao ano de empresas AAA. Portanto, aproveite essas taxas para se preparar para sua aposentadoria.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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