O músico Marcelo D2, 54, virou empresário da Cannabis medicinal. Esta semana, ele lançou o sexto produto licenciado de sua nova plataforma batizada de Universo D2. Trata-se de três óleos de CBD da empresa paraguaia Koba. "Queria que fosse óleo nacional, mas ainda estamos atrasados nesse mercado", diz ele, que usa CBD desde 2016. "O óleo me dá mais equilíbrio e me ajuda a dormir bem."
Apesar de ser um usuário da maconha, ele experimentou o óleo de CBD por curiosidade em 2016. "Logo depois quebrei o pé na véspera de uma turnê." O médico diagnosticou a necessidade de uma cirurgia para colocar três pinos. Sem possibilidade de cancelar a viagem, ele embarcou com o pé quebrado. "O médico me receitou morfina para a dor, mas eu não me sentia bem com ela. Então substituiu a prescrição pelo óleo de CBD, três gotas, duas vezes ao dia." Marcelo conta que com o óleo a dor tornou-se suportável e para sua surpresa, quando voltou de viagem, "o osso havia colado sozinho".
O músico cresceu na favela do Rio de Janeiro, assistindo diariamente à violência da guerra contra as drogas. Em 1993, montou o Planet Hemp, banda brasileira de rap rock, que defende a maconha até em letras de música. Três anos depois cobriu o Cannabis Cup, festival da planta, em Amsterdã, como repórter especial da Revista Trip. "Ali mudei minha visão sobre a maconha. Percebi um universo muito maior de benefícios e de aplicabilidade na indústria. Eu não tinha ideia."
Pai de cinco filhos, nesta sexta-feira, 16, ele participou de um dos debates do evento de negócios Cannabis Thinking, em São Paulo, com o ministro Rogério Schietti do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A diferença de mundos entre os palestrantes fez com que o debate fosse o mais concorrido pelo público. O magistrado reforçou a necessidade da mudança das leis sobre as drogas, pois o encarceramento não é uma solução para o problema. "Julguei um rapaz que estava preso há cinco meses por ser flagrado com 1,3 gramas de craque. Não fazia sentido". O réu foi liberado.
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