A SIC (Semana Internacional do Café), um dos principais eventos do setor cafeeiro no Brasil, começa na próxima quarta-feira (8), em Belo Horizonte, com dois temas principais: sustentabilidade e indicações geográficas.
A preocupação com uma agricultura sustentável é assunto já discutido há muito tempo, mas ganhou ainda mais relevância após a União Europeia aprovar uma lei que proíbe a importação de alguns produtos agrícolas –inclusive o café– provenientes de áreas desmatadas.
A norma impõe várias exigências, como a comprovação por imagens de que a área de cultivo não foi desmatada. Com isso, o setor discute como implementar as mudanças e os custos necessários para cumprir os requisitos.
O segundo grande tema da SIC desta ano é a indicação geográfica, que consiste em um selo –que no Brasil é conferido pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial– que designa um produto cujas qualidades se devam ao meio geográfico. É o que ocorre na Europa com o espumante da região de Champagne, na França, ou os queijos parmigiano reggiano, na Itália.
Esta chancela se tornou uma das grandes tendências do mercado cafeeiro brasileiro. Isto porque, ao receber este selo, o produto se valoriza no mercado nacional e, sobretudo, estrangeiro.
Assim, é comercialmente interessante para os produtores que seu café tenha indicação geográfica reconhecida, como é o caso de várias regiões cafeeiras do Brasil, como Alta Mogiana, Cerrado Mineiro, Matas de Minas, Mantiqueira de Minas, Montanhas Capixabas etc.
Com isso, agricultores de locais que ainda não possuem a chancela se mobilizam para obtê-la. É o caso de Campos Altos de Minas Gerais, que está em processo para solicitar o reconhecimento.
"Essas duas temáticas, ao nosso ver, estão muito conectadas. Porque quando a gente fala de algumas premissas de origem, de origem controlada e indicações geográficas, elas estão muito atreladas ao que o mundo hoje demanda de um produto agro: sustentabilidade, rastreabilidade, ligação com o território em que está sendo produzido", diz Caio Alonso Fontes, diretor da Café Editora e organizador do evento.
"A SIC, além de ser uma feira de negócios, tem por princípio e por objetivo ser uma plataforma de desenvolvimento da cadeia nacional para o mercado interno e para o mercado externo", afirma.
Além de expositores e visitantes de vários países, a SIC terá uma programação com palestras e painéis que discutem as principais tendências do mercado.
Além dos dois temas já mencionados, a feira deve tratar de outros assuntos que estão chamando atenção de produtores e exportadores, como o aumento do consumo de café em países do Oriente Médio e na China.
Outro já tradicional destaque da SIC será o concurso Coffee of the Year, que elege os melhores cafés da safra brasileira. Criado em 2012, o prêmio recebeu neste ano 530 inscrições –número recorde.
O evento também sediará o campeonato brasileiro de baristas, que reconhece o profissional brasileiro mais completo no serviço de café. O vencedor se classifica para a disputa do World Barista Championship. Em junho deste ano, pela primeira vez o Brasil conquistou o mundial, com o paulistano Boram Um, da cafeteria Um Coffee Co.
A SIC é destinada a empresas e executivos do meio de café, mas é aberta para pessoas que tenham interesse no assunto ou que estejam se preparando para entrar no mercado.
A inscrição pode ser feita no site do evento, onde também é possível consultar a programação completa.
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