Um dos fatores mais citados pelos brasileiros como motivo para tomar café é a disposição gerada a partir da ingestão de cafeína.
Então, pensando em dar uma injeção ainda maior de disposição, muitas pessoas recorrem ao chamado café extraforte. Mas será que ele tem mesmo mais cafeína do que os demais?
Em suma, extraforte, tradicional, superior, gourmet e especial são categorias de classificação do café que nada têm a ver com o teor de cafeína.
Elas são classes de qualidade estabelecidas pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), de modo geral, e pela BSCA (Brazilian Specialty Coffee Association), no caso dos cafés especiais. Quanto mais alta a categoria, maior a complexidade sensorial que o café apresenta.
Os cafés extrafortes na verdade são aqueles com uma torra exagerada, quase carbonizada, que resulta em uma bebida com um amargor muito forte e elevada adstringência.
Até o ano passado, a Abic utilizava notas em uma escala de 0 a 10 para determinar em qual categoria o café deveria se encaixar. Os cafés extraforte e tradicional eram os com a pontuação mais baixa. No início deste ano, contudo, a associação decidiu mudar os critérios.
Agora, a avaliação não leva mais em consideração a nota, mas sim o conjunto de atributos (doçura, acidez, amargor, adstringência, torra e intensidade). Veja abaixo a diferença entre as categorias de qualidade dos cafés.
Para identificar a categoria, basta procurar a informação na embalagem. Normalmente o rótulo trará o selo da Abic indicando a qual classe ele pertence. Se for um café especial, também pode ter o selo da BSCA.
O nível de cafeína de uma bebida varia conforme questões como a espécie –o café canéfora, em geral, possui o dobro de cafeína que o arábica– e o método de extração, mas independe do perfil sensorial.
Assim, o café extraforte é somente um café muito mais amargo, e não com mais cafeína. Logo, talvez você ganhe mais disposição somente pela alta quantidade de açúcar que terá que adicionar à bebida para deixá-la mais palatável.
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