A reunião em que o governo federal anunciou a suspensão do pagamento da dívida do Rio Grande do Sul por três anos reforçou uma imagem de cooperação, mas também exibiu um ponto de atrito entre o governador Eduardo Leite (PSDB) e o presidente Lula (PT).
Leite queria uma anistia para a dívida do Rio Grande do Sul –ou seja, que o governo federal considerasse pagas as parcelas desses três anos. O Ministério da Fazenda topou suspender os pagamentos, mas determinou que eles devem ser quitados depois. O governador não escondeu o que pensava: disse que a ajuda era importante, mas insuficiente.
Esse desencontro mostrou bem os desafios políticos de cada um dos lados na crise provocada pelas inundações no Rio Grande do Sul. O governador ainda mede o impacto de um desastre prolongado, tenta dividir a fatura com o governo federal e pensa em como bancar um trabalho de reconstrução que vai consumir todo o restante de seu mandato.
O presidente, por sua vez, tenta aproveitar o canhão poderoso do governo federal para anunciar medidas direcionadas ao estado quase todos os dias, num esforço para amenizar o peso dos contornos nacionais que a tragédia inevitavelmente ganhou.
Veja vídeo da análise de Bruno Boghossian.
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