A cidade de Hoi An, um histórico porto comercial no Vietnã e patrimônio mundial da Unesco, se comprometeu a proibir a venda de carne de cachorro e gato, anunciaram as autoridades nesta sexta-feira (10).
Para isso, um acordo foi assinado com o grupo de defesa dos direitos dos animais Four Paws International.
"Queremos ajudar a promover o bem-estar animal com a erradicação da raiva, acabando com o comércio de carne de cachorro e gato e transformando a cidade em um destino importante para o turismo", afirmou o vice-prefeito Nguyen The Hung, segundo a AFP.
Julie Sanders, da ONG, diz que a medida pode servir como exemplo para outras cidades do Vietnã.
Uma pesquisa encomendada pelo grupo de defesa dos direitos dos animais mostrou que apenas 6,3% dos 600 vietnamitas entrevistados consumiam esse tipo de carne e que 88% apoiavam a proibição.
Ainda assim, conforme a agência de notícias, o Vietnã é o segundo maior consumidor de cachorros do mundo, atrás apenas da China. A cada ano são cerca de 5 milhões desses animais, cuja carne, de acordo com alguns, afasta o azar.
"Não acredito que ninguém deveria proibir o consumo de carne de cachorro. É nossa cultura", disse à AFP Phan Van Cuong, morador de Hanói, onde o produto ainda é encontrado com facilidade.
Tradição em países asiáticos, o consumo de cães é cada vez menos frequente, e jovens se engajam em ações de proteção animal.
Apesar disso, na China, por exemplo, o polêmico festival de Yulin continua acontecendo, apesar da pressão popular.
No ano passado, cachorros foram retirados da lista de animais que podem ser criados para consumo no país. Na ocasião, a medida foi comemorada por protetores e indicaria uma mudança para que o comércio fosse banido.
No entanto, em junho deste ano, ativistas da Humane Society International resgataram cães transportados amontoados em um caminhão. Foi fora de Yulin, mas, segundo a ONG, seriam destinados a abate.
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