Um tribunal não busca a verdade, alerta o advogado de Sandra em "Anatomia de Uma Queda", o premiado longa de Justine Triet, indicado a cinco Oscar neste ano (filme, direção, atriz, roteiro original e edição). Ela é acusada de matar o marido; a defesa sustenta que ele se suicidou.
Ao menos no cinema, os julgamentos são assim: dissecam relacionamentos, personalidades, reputações, atitudes, etc. Vence a melhor narrativa, em geral a que se adequa aos pré-conceitos do júri.
Confira a seguir alguns longas do gênero. Os preços e a disponibilidade nos serviços de streaming foram pesquisados nesta quarta-feira (28).
DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA (1957)
Estreia de Sidney Lumet na direção de cinema, o longa transporta o gênero de tribunal da corte para a sala onde os jurados decidem o futuro do réu. Os 12 homens do título estão reunidos para analisar o caso de um jovem porto-riquenho acusado de assassinato. Para condená-lo, a decisão tem de ser unânime, mas um dos dos jurados, interpretado por Henry Fonda, acredita na inocência do rapaz. Ele tenta, então, convencer seus pares, um a um. A obra recebeu três indicações ao Oscar de 1958 (filme, diretor e roteiro adaptado).
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TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO (1957)
Billy Wilder levou ao cinema esta adaptação do conto de Agatha Christie, produzindo mais um clássico de filmes de tribunal. Na trama, o veterano advogado Wilfrid Robarts (Charles Laughton) acabou de deixar o hospital após um problema de saúde. A orientação dos médicos é que ele fique longe dos casos complicados e estressantes.
No entanto, ele aceita defender Leonard Vole (Tyrone Power), acusado de enganar e matar uma senhora rica para se beneficiar do testamento dela. Christine, a mulher de Vole interpretada por Marlene Dietrich, inicialmente ajuda a defesa, mas depois se torna testemunha de acusação. O longa foi indicado a seis Oscar em 1958 (filme, ator e atriz coadjuvante, direção, som e edição).
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ANATOMIA DE UM CRIME (1959)
O clássico dirigido por Otto Preminger empresta ao longa de Justine Trier o título e também a dubiedade e a sensação de que a verdade nunca será vislumbrada. Na trama, James Stewart é Paul Biegler, advogado que deixou a Promotoria da cidade onde vive. Sem muito trabalho, ele se divide entre pescarias e os discos de jazz. Até que surge um cliente: o tenente Manion (Ben Gazzara), preso pelo assassinato de um homem que teria estuprado sua mulher, Laura (Lee Remick). No tribunal, Biegler tenta convencer os jurados de sua versão para o crime, enquanto enfrenta um esperto promotor interpretado por George C.Scott.
Em 1960, a obra foi indicada a sete Oscar (filme, ator, duas vezes para ator coadjuvante, roteiro adaptado, fotografia em preto e branco e edição). Uma curiosidade: a trilha sonora do longa é de Duke Ellington, que faz uma ponta como um músico em um bar de jazz.
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O VEREDICTO (1982)
Quase três décadas depois de "Doze Homens e Uma Sentença", Sidney Lumet volta aos filmes de tribunal, desta vez com o astro Paul Newman. O ator interpreta Frank Galvin, advogado alcoólatra e em fim de carreira, que passa o dia entre bares e velórios, onde aborda familiares dos mortos em busca de novos clientes.
A chance de se reerguer surge em um caso de negligência médica. Inicialmente, ele pensa em fechar um acordo, mas depois decide enfrentar no tribunal o hospital responsável pelo erro. No elenco estão Charlotte Rampling ("45 Anos" e "Melancolia") e James Mason ("Júlio Cesar" e "Intriga Internacional"). O longa recebeu cinco indicações ao Oscar de 1983 (filme, ator, ator coadjuvante, direção e roteiro adaptado).
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ACUSADOS (1988)
No longa, Jodie Foster é Sarah Tobias, jovem vítima de um estupro coletivo em um bar. O caso fica sob responsabilidade da promotora Kathryn, interpretada por Kelly McGillis. Em uma das primeiras conversas entre elas, é duro ver a defensora questionando que roupas Sarah usava e se ela havia bebido e se insinuado para os criminosos. Kathryn diz à jovem que ela enfrentará essas perguntas em um eventual júri.
Mas a promotora fecha um acordo com a defesa dos suspeitos. O crime é atenuado e eles recebem pena mínima. Mais tarde, a promotora decide levar a julgamento os homens que estavam no bar e que assistiram e incentivaram o estupro, aplaudindo o ataque. Pelo filme, Jodie Foster levou seu primeiro Oscar de melhor atriz, em 1989. Seria premiada novamente em 1992, por "O Silêncio dos Inocentes".
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