'N�o estou entendendo mais nada', disse piloto do voo 447
Um dos tr�s pilotos do voo AF 447 da Air France, que caiu no Atl�ntico em 2009, disse "n�o estou entendendo mais nada" durante a perda do controle do Airbus. Foi o que declarou � BBC Brasil Jean-Paul Troadec, diretor do Escrit�rio de Investiga��es e An�lises (BEA, na sigla em franc�s).
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A frase foi ouvida durante a transcri��o da caixa-preta que grava as conversas dos pilotos e qualquer som emitido na cabine, como os alarmes.
Segundo Troadec, as investiga��es v�o se concentrar agora nas diferentes a��es dos pilotos diante do problema da perda das indica��es de velocidade do avi�o, causada pelo congelamento dos sensores, os chamados tubos Pitot.
O BEA afirma acreditar que os sensores de velocidade, que ficam na parte externa do avi�o, tenham ficado entupidos por cristais de gelo formados em alta altitude.
"Vamos investigar qual foi o treinamento individual dos pilotos e quais procedimentos de emerg�ncia relativos a problemas nos sensores de velocidades foram aplicados", afirma Troadec.
Em nota divulgada nessa sexta-feira, o BEA informa que o Airbus da Air France despencou em alta velocidade, caindo de uma altitude de 11 mil metros em apenas tr�s minutos e meio. A velocidade de queda foi de 200 km/h, segundo Troadec.
O diretor ressalta, na entrevista � BBC Brasil, que as causas do acidente ainda n�o s�o conhecidas.
BOATOS
O BEA n�o aponta at� o momento que houve falhas dos pilotos, como sugerem v�rios rumores publicados pela imprensa internacional nos �ltimos dias.
"Sabemos que as falhas nos sensores de velocidade s�o o primeiro elemento de uma s�rie de eventos que conduziram ao acidente. Se n�o tivesse ocorrido esse problema, n�o estar�amos na situa��o atual", disse Troadec.
Os investigadores v�o tentar descobrir por que a tripula��o da Air France n�o conseguiu recuperar o controle do avi�o. "Em incidentes similares, os pilotos haviam conseguido resolver a situa��o em um lapso curto de tempo", diz Troadec.
Segundo a nota divulgada nessa sexta, ap�s entrar em uma zona de turbul�ncia, os pilotos foram confrontados a duas velocidades diferentes durante pouco menos de um minuto, uma delas indicando uma perda brutal da velocidade do avi�o.
Mas o diretor do BEA afirma que as informa��es sobre a velocidade voltaram a ser indicadas um minuto ap�s a perda desses dados nos computadores de bordo.
"N�o sabemos ainda por que o controle do avi�o n�o p�de ser retomado", afirma. O n�vel de turbul�ncia no momento, segundo ele, n�o era elevado.
Em um relat�rio realizado por especialistas a pedido da Justi�a francesa, divulgado pelo jornal "Lib�ration" nesta sexta-feira, especialistas apontam que a tripula��o da Air France n�o estaria bem preparada para enfrentar o problema de congelamento dos sensores de velocidade em alta altitude, por falta de forma��o e de treino.
Isso, segundo o jornal, poderia ser uma "circunst�ncia atenuante" para os pilotos.
Foi com base no relat�rio desses especialistas, divulgado em mar�o, que a Justi�a francesa indiciou a Airbus e a Air France por homic�dio culposo.
Troadec afirma que um relat�rio preliminar sobre as causas do acidente ser� divulgado no final de julho.
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