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05/04/2012 - 15h12

Pre�os de hot�is no Rio obrigam delega��es de pa�ses europeus a encolher 30%

DA BBC BRASIL

Os pre�os cobrados por hot�is durante a Rio+20, que acontece no pr�ximo m�s de junho, fizeram com que as delega��es europeias que vem ao pa�s para o evento encolhessem em m�dia 30%, de acordo com o chefe da Se��o de Coopera��o da Delega��o da Uni�o Europeia no Brasil.

Segundo J�r�me Poussielgue, respons�vel pelas reservas da delega��o da UE durante a confer�ncia ambiental, os pre�os altos e a pol�tica de vender pacotes para o per�odo completo est�o levando pa�ses europeus a reverem o n�mero de pessoas que v�o mandar para o Rio.

"Acho que os donos de hot�is sabem que 50 mil pessoas v�o para o Rio e que v�o ganhar muito dinheiro com isso. As pessoas v�o precisar de quartos e eles p�em pre�os loucos porque sabem que vai ter gente para pagar. Mas muitas embaixadas resolveram reduzir o n�mero de pessoas em suas delega��es", diz.

Poussielgue afirma que a redu��o vem sendo detectada em reuni�es realizadas com embaixadas europeias em Bras�lia e que pa�ses de outras regi�es tamb�m est�o sendo afetados, como o Jap�o, que reduziu sua delega��o de 500 para 400 pessoas, afirma.

"Para n�s, essa confer�ncia � muito importante e queremos que tenha resultados concretos. Estamos fazendo o fazendo o necess�rio para poder ir, mas � um pre�o muito alto. Isso tem um impacto sobre o n�mero de gente e sobre os di�logos que se pode ter", considera ele.

Na �ltima sexta-feira, a Delega��o da UE informou ao Itamaraty oficialmente que os pre�os altos iriam diminuir o n�vel de participa��o europeia.

DEMANDA ALTA

Vinte anos ap�s a Rio-92, a Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Desenvolvimento Sustent�vel espera receber 50 mil pessoas entre 13 e 22 de junho. O encontro vai ser focado em dois temas principais: economia verde baseada em desenvolvimento sustent�vel com erradica��o da pobreza e a cria��o de uma matriz global de desenvolvimento sustent�vel.

De acordo a Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is (ABIH), o Rio conta com um total de 33 mil quartos. Isso inclui desde albergues a hot�is cinco estrelas. Para as delega��es da Rio+20, a procura � sobretudo por hot�is de 4 a 5 estrelas.

A demanda maior do que a oferta est� levando a ag�ncia de turismo licitada para cuidar das hospedagens a fazer reservas em hot�is fora do Rio, em cidades como Petr�polis e Mangaratiba, para que n�o faltem vagas para as delega��es.

"Temos que garantir hospedagem priorit�ria para os pa�ses que vir�o. Como pa�s anfitri�o, temos que receber bem", diz o secret�rio do Comit� Nacional de Organiza��o (CNO) da Rio+20, Laudemar Aguiar, lembrando que, al�m das 193 na��es convidadas, o Rio virar� sede tempor�ria da ONU durante o evento.

De acordo com Aguiar, o comit� conseguiu negociar com os hot�is um desconto de 10% sobre as reservas oficiais para o per�odo. Mas n�o tem influ�ncia sobre os pre�os praticados, que sobem por causa da dimens�o do evento.

"N�o estou querendo justificar, mas existe uma pr�tica de mercado. Os valores em grandes eventos s�o diferenciados", afirma. "Em rela��o a eventuais abusos, o Minist�rio da Justi�a foi acionado e isso est� correndo entre as partes interessadas. O que n�s n�o queremos � que se verifiquem abusos."

DEN�NCIAS APURADAS

Na sexta-feira passada, o Minist�rio da Justi�a e o CNO receberam representantes da ABIH e de outras entidades de hotelaria para tratar de den�ncias recebidas, sobre o "poss�vel aumento abusivo dos pre�os cobrados pela rede hoteleira" durante a Rio +20.

De acordo com o Minist�rio da Justi�a, as associa��es se comprometeram a dialogar com seus representados sobre as preocupa��es do governo, e uma nova reuni�o dever� ser feita na pr�xima semana no Rio.

Segundo Alfredo Lopes, presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is, o assunto n�o come�ou nesta reuni�o e nem terminar� com ela. "O assunto vem sendo tratado desde o primeiro dia. Mas a ABIH n�o tem nenhuma inger�ncia nem mando sobre a parte comercial dos hot�is", destaca.

Lopes afirma que casos de abuso existem, mas que s�o exce��o, estando a maioria dos hot�is trabalhando como manda o protocolo, com a ag�ncia oficial encarregada das reservas, e com contratos assinados.

Por enquanto, 12 mil reservas para as delega��es oficiais foram feitas. Segundo Lopes, o evento fez com que o m�s de junho passasse a seguir padr�es de uma alta temporada. A ocupa��o estimada para o per�odo � de 95%, sendo que, deste total, 80% ser� usado por delega��es oficiais de mais de cem pa�ses.

COBRANDO A CONTA EM CASA

Em mar�o, um levantamento do site Hoteis.com, que trabalha com reservas de hospedagem, mostrou que os hot�is cinco estrelas do Rio registraram os pre�os mais altos no mundo em 2011. A tarifa di�ria m�dia � de R$ 1.178, contra R$ 970 em Nova York, a segunda no ranking.

Em reservas para mais de 100 pessoas na Rio+20, uma fonte de um consulado europeu no Rio afirma que sua delega��o ter� que pagar entre R$ 800 e R$ 1.400 por di�ria.

Os pre�os altos causam consterna��o pela imagem que isso passa aos contribuintes nos pa�ses de origem. Em casa, as delega��es poder�o ser cobradas pelos altos custos de hospedagem.

"� um evento voltado para a sustentabilidade. Se os jornalistas ficam sabendo que est�o sendo pagos pre�os de 500 ou 600 euros por noite (em hot�is), isso passa uma m� imagem. Mas n�o temos muita escolha, temos que aceitar as propostas das ag�ncias e dos organizadores brasileiros. Mas ser� dif�cil explicar isso ao nosso p�blico na Europa", afirma ele, preferindo n�o divulgar o pa�s de origem.

J� as reservas feitas pela Delega��o da UE variam entre R$ 1.300 e R$ 1.880. A mais alta � no Fasano, hotel cinco estrelas na praia do Arpoador. J� a faixa mais baixa � em hot�is que n�o t�m instala��es e servi�os condizentes com o valor, diz Poussielgue.

Ele considera que o problema principal � o pre�o alto cobrado por hot�is medianos, agravado pela pr�tica de cobrar por pacotes completos, fazendo com que as delega��es tenham que pagar por um per�odo longo mesmo que a hospedagem seja s� por tr�s dias.

"N�o � um problema da organiza��o, � referente ao custo Brasil e � maneira de se trabalhar no Brasil", diz ele, que tece elogios � atua��o do CNO e ao trabalho que vem sendo feito para ajudar as delega��es.

Alfredo Lopes afirma que a ABIH vem fazendo campanha para que hot�is n�o subam demais os seus pre�os. Para ele, isso transmite uma m� impress�o ao p�blico em geral.

"� o primeiro megaevento de uma s�rie que teremos no Rio e n�o podemos passar a ideia de que todo mundo quer tirar vantagem ali, em cima da hora. N�o vai acontecer, estamos trabalhando com os tr�s n�veis de governo para isso", diz.

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