É lógico que Bolsonaro perdeu tamanho, diz Lira
Presidente da Câmara amenizou tom da análise que fez sobre fragilidade das alianças do governo Lula no Congresso
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu tamanho após as eleições e o fim de seu mandato, em dezembro de 2022.
"É lógico que ele perdeu tamanho", afirmou o deputado, um dos principais aliados de Bolsonaro até o ano passado.
Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, que foi ao ar na noite desta quarta-feira (15) na GloboNews, Lira amenizou o tom da análise que fez sobre a fragilidade das alianças políticas do governo Lula (PT) no Congresso.
O presidente da Câmara disse que o governo Lula está evoluindo na relação com o Congresso, apesar de ainda enfrentar dificuldades.
Há dez dias, Lira afirmou a empresários que Lula não tem margem mínima de votos e não tem apoio no Legislativo nem para aprovar leis por maioria simples, muito menos para avançar em matérias constitucionais, como é o caso da reforma tributária.
Após a fala em tom crítico, ele e Lula se reuniram em um jantar. Segundo Lira, as conversas com o presidente "sempre são tranquilas e agradáveis". Ele negou que a pauta tenha sido a distribuição de cargos e citou um diálogo sobre questões que interessam ao país.
Apesar de reafirmar a existência de fragilidades na Câmara, Lira agora entende que há avanços e diz acreditar que o governo estará "solidificado" antes da votação da reforma.
O presidente da Câmara elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem teve um jantar nesta quarta-feira sobre o arcabouço fiscal e a reforma tributária. "O ministro conta com a simpatia dos líderes da Câmara, com a boa vontade em ouvi-lo e prestigiá-lo", disse.
Lira afirmou que Haddad demonstra equilíbrio, tranquilidade e abertura para o diálogo sobre a proposta de regra fiscal elaborada pela Fazenda para substituir o teto de gastos.
"Essas conversas têm sido muito proveitosas. Esperamos que o ministro faça o seu périplo, conversando com todos que precisam conversar, principalmente com o presidente Lula, para ter o aval do governo, e possa nos dar a oportunidade de propor e entender como vem esse projeto", afirmou.
O presidente da Câmara disse também que está dialogando "pouco" com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas não fica "de mal" de ninguém.
Lira enfrentou o Senado nesta quarta e sinalizou uma mudança constitucional para chegar a um acordo sobre a retomada do funcionamento das comissões mistas responsáveis por analisar as MPs (medidas provisórias).
Ele afirmou em plenário que é preciso que os integrantes das mesas das duas Casas se sentem "democraticamente, educadamente, civilizadamente [para] encontrar um ritmo adequado".
Na entrevista à GloboNews, Lira disse considerar as comissões mistas antidemocráticas por contarem com a representação de 12 deputados em uma Câmara que tem 513 parlamentares.
"O Senado [com 12 representantes] está super-representado e a Câmara está sub-representada", analisou, lembrando que o Senado tem 81 parlamentares. Ele disse que briga pelos partidores menores, que não teriam vagas nas comissões mistas.
"Há de se encontrar uma maneira racional de se evitar a volta das comissões mistas, porque elas eram antidemocráticas com os plenários da Câmara e do Senado. E nós vamos encontrar uma maneira, nem que seja fazendo alteração constitucional para ajustar esse tema", disse o presidente da Câmara também nesta quarta.
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