Senadores voltam a Brasília após seis meses e estreiam votação drive-thru
Retomada teve cumprimentos com cotovelos, álcool em gel e distanciamento nos corredores
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Após seis meses de sessões remotas por causa da Covid-19, senadores voltaram nesta segunda-feira (21) a Brasília para atividades presenciais. Como medida de segurança estrearam um sistema drive-thru de votação.
De dentro de carros, os congressistas evitaram aglomerações em plenário de uma comissão. Eles digitaram seus votos em dois totens instalados no estacionamento do Senado.
Parte dos senadores, porém, pôde votar em plenário. Duas cabines foram instaladas para registrar as decisões dos parlamentares.
As atividades foram retomadas em razão da necessidade de votação presencial e secreta para escolha de embaixadores.
Apesar dos cuidados de higienização tomados pela Casa, o medo de contágio pelo novo coronavírus foi presença constante entre os senadores.
As votações secretas, como a de escolha de embaixadores e votações de PECs (propostas de emenda à Constituição), serão criptografadas, e feitas por meio de biometria.
Somente nesses casos os senadores irão votar de forma presencial enquanto durarem as sessões remotas. Ainda não há previsão para a retomada presencial total dos trabalhos.
Durante a sessão, nenhum dos parlamentares descuidou do uso do álcool. O produto estava nas mesas e nos bolsos dos ternos. Os cumprimentos foram apenas com os cotovelos ou um aceno distante.
"Eu sei que não posso estar absolutamente seguro, mas, se eu tomar os cuidados, fico com a consciência tranquila", disse o senador Esperidião Amin (PP-SC). Desde o início das votações remotas, ele não comparecia em Brasília.
Amin foi um dos congressistas que optou por votar no plenário onde ocorria a reunião. Por lá, foram colocados tubos de álcool em gel em todas as mesas.
As cadeiras foram identificadas com adesivos na cor verde e laranja para que fosse mantida a distância. Os senadores só podiam sentar nas cadeiras que estavam com adesivo verde.
A presença de servidores também foi limitada, o que transformou os corredores do Senado em um ambiente esvaziado, bem diferente do que tradicionalmente acontecia nas sessões antes da pandemia.
O uso da máscara foi obrigatório em todos os locais do Senado. Alguns congressistas aproveitaram o item para manifestar posições políticas. Um deles foi o líder do PSL, senador Major Olímpio (SP), que usou uma máscara em defesa da Operação Lava Jato.
"Dá uma tristeza ver esses corredores vazios. E sei que após esta semana de votação presencial não teremos data para voltar as sessões presenciais", disse o senador.
Para ele, o medo que cerca a volta presencial à Casa deve dificultar o retorno dos trabalhos. "Ouso dizer que não voltaremos mais neste ano", afirmou.
De acordo com o Senado, os totens de votação foram instalados sem custo extra para a Casa, uma vez que já eram usados em comissões. A adaptação dos móveis foi feita pela equipe de marcenaria.
"Este novo sistema, sem dúvida, vai gerar economia para o Senado e também para o Itamaraty, já que permite que os indicados não precisem estar presentes aqui no Senado para a sabatina", disse o senador Nelson Trad (PSD-MS), presidente do colegiado.
Dos 20 senadores que integram a CRE, apenas 2 titulares não compareceram: Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI). Os suplentes dos parlamentares, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO), também não compareceram.
Ao todo, os congressistas votaram 32 nomes, que ainda precisam ser aprovados pelo plenário, o que deve ocorrer até quinta-feira (24).
A reunião da CRE começou por volta das 8h. Para evitar aglomerações, a apresentação dos relatórios e votação dos nomes pelos senadores foi dividida em três etapas —uma de manhã, outra à tarde e a última à noite.
As ausências não prejudicaram as votações. Para que os indicados fossem aprovados, eram necessários dez votos.
Na primeira etapa, 11 nomes foram aprovados. Todos os indicados na primeira etapa participaram de forma remota. Apenas 6 dos 32 diplomatas foram ao Senado.
Nesta terça-feira (22), é a vez dos integrantes da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado se reunirem.
Os congressistas votam a indicação de Maria Thereza de Assis Moura para o cargo de corregedora-geral do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Também será votada a indicação do almirante de esquadra Leonardo Puntel para o STM (Superior Tribunal Militar).
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters