Siga a folha

Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Israel diz ter reaberto passagem de ajuda em Gaza, mas agência da ONU nega

Posto de Kerem Shalom estava fechado desde ataque do Hamas no domingo; Tel Aviv acusa facção de disparar mais 8 foguetes

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Israel afirmou nesta quarta-feira (8) que reabriu a passagem de Kerem Shalom, no sul da Faixa de Gaza, três dias depois de fechar o local em resposta a um ataque do Hamas. A UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, e duas fontes do Crescente Vermelho, porém, contestaram a informação.

"Caminhões procedentes do Egito estão chegando ao local com ajuda humanitária, incluindo alimentos, água, material para abrigo, medicamentos e equipamentos médicos fornecidos pela comunidade internacional", afirmou o Exército israelense. Os suprimentos entrarão no território após uma inspeção, segundo a nota.

Caixas com ajuda humanitária na caçamba de um caminhão que passava por Kerem Shalom, na Faixa de Gaza - Evelyn Hockstein - 1º.mai.2024/AFP

A porta-voz da UNRWA, Juliette Touma, afirmou à agência de notícias AFP que a passagem não estava aberta no meio da manhã. "Pedimos a reabertura", afirmou. "Não houve fornecimentos humanitários nos últimos três dias, começamos a racionar combustível." À tarde, duas pessoas do Crescente Vermelho disseram à Reuters que os mantimentos ainda estavam esperando do lado egípcio.

As Forças de Defesa de Israel acusaram o Hamas de ter disparado oito foguetes contra a passagem de Kerem Shalom nesta quarta. Um soldado israelense teria ficado ferido e, segundo Tel Aviv, o ataque estaria prejudicando o funcionamento do local.

A reabertura de Kerem Shalom é essencial para a população, segundo organizações humanitárias que atuam no território palestino. Com a tomada da passagem de Rafah na terça-feira (7), os dois principais pontos para entrada de mantimentos em Gaza estavam fechados, e apenas um permanecia aberto —o de Erez, no norte, onde o fluxo é menor.

Na terça, Jens Laerke, porta-voz da Ocha, o escritório de ajuda humanitária da ONU, afirmou que a organização tem estoques muito baixos dentro de Gaza. "Interromper a entrada de combustível por um longo período de tempo seria uma maneira muito eficaz de enterrar a operação humanitária", afirmou ele.

Tanto a passagem de Rafah quanto a de Kerem Shalom ficam no sul do território palestino, onde Tel Aviv avança com suas tropas apesar dos alertas da comunidade internacional.

Nesta quarta, o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, afirmou que o fechamento da fronteira sul continua impedindo a ONU de transportar combustível. "Os hospitais no sul de Gaza só têm mais três dias de combustível, o que significa que os serviços poderão ser interrompidos em breve." De acordo com atualizações publicadas pela Ocha, há apenas sete hospitais parcialmente funcionais no sul de Gaza.

Israel bloqueou a passagem de Kerem Shalom no domingo (5), quando um ataque com foguetes reivindicado pelo braço armado do Hamas deixou quatro soldados israelenses mortos e vários feridos. Um dia depois, Tel Aviv orientou que cerca de 100 mil pessoas saíssem da parte leste de Rafah, em um prenúncio da invasão terrestre da cidade, lotada de deslocados internos.

A ordem de retirada causou preocupação na comunidade internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, por exemplo, disse que um ataque a Rafah seria "um erro estratégico, uma calamidade política e um pesadelo humanitário". Com uma população de 280 mil palestinos antes da guerra, a cidade abriga atualmente cerca de 1,5 milhão de pessoas.

A iminente invasão fez os Estados Unidos, historicamente o principal aliado de Israel, tomarem uma medida concreta em relação a Tel Aviv: a suspensão do envio de 3.500 bombas ao aliado.

Com AFP

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas