Brasil e outros 141 países reconhecem Palestina como Estado; veja lista completa
Reivindicação alcançou novo marco com o anúncio de que Espanha, Noruega e Irlanda vão legitimar Estado
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O movimento de reconhecimento da Palestina teve uma vitória nesta quarta-feira (22), depois de Espanha, Irlanda e Noruega anunciarem que vão se juntar a três quartos dos países do mundo, incluindo o Brasil, que legitimam a existência do Estado no Oriente Médio.
Segundo a Autoridade Palestina, que governa parcialmente a Cisjordânia ocupada, 142 dos 193 países-membros da ONU já o reconhecem. O anúncio das três nações europeias rompe com a política apoiada por Estados Unidos, Canadá, a maioria dos países da Europa Ocidental, Austrália, Japão e Coreia do Sul.
Confira abaixo, em ordem alfabética, a lista completa dos 142 Estados-membros da ONU que reconhecem o Estado da Palestina. O Ministério palestino das Relações Exteriores considera ainda a Santa Sé (Vaticano), que não é um Estado-membro das Nações Unidas, e Malta, país europeu que oficialmente ainda não reconheceu o status dos palestinos. Esta relação não inclui ainda Espanha, Irlanda e Noruega.
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Afeganistão
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África do Sul
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Albânia
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Angola
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Antígua e Barbuda
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Arábia Saudita
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Argélia
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Argentina
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Azerbaijão
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Bahamas
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Bahrein
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Bangladesh
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Barbados
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Belarus
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Belize
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Benin
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Bolívia
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Bósnia
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Botsuana
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Brasil
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Brunei
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Bulgária
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Burkina Fasso
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Burundi
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Butão
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Cabo Verde
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Camboja
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Cazaquistão
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Chade
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Chile
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China
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Chipre
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Colômbia
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(ilhas) Comores
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Congo
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Coreia do Norte
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Costa do Marfim
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Costa Rica
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Cuba
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Djibuti
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Dominica
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Egito
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El Salvador
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Emirados Árabes Unidos
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Equador
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Eslováquia
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Essuatíni (antiga Suazilândia)
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Etiópia
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Filipinas
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Gabão
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Gâmbia
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Gana
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Geórgia
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Granada
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Guatemala
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Guiana
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Guiné
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Guiné-Bissau
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Guiné Equatorial
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Haiti
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Honduras
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Hungria
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Iêmen
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Índia
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Indonésia
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Irã
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Iraque
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Islândia
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Jamaica
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Jordânia
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Kuwait
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Laos
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Lesoto
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Líbano
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Libéria
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Líbia
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Madagascar
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Malásia
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Maláui
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Maldivas
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Mali
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Marrocos
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(ilhas) Maurício
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Mauritânia
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México
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Moçambique
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Mongólia
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Montenegro
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Namíbia
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Nepal
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Nicarágua
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Níger
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Nigéria
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Omã
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Papua Nova Guiné
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Paquistão
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Paraguai
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Peru
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Polônia
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Qatar
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Quênia
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Quirguistão
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República Centro-Africana
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República Democrática do Congo
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República Dominicana
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República Tcheca
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Romênia
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Ruanda
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Rússia
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Santa Lúcia
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São Cristóvão e Névis
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São Tomé e Príncipe
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São Vicente e Granadinas
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Senegal
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Serra Leoa
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Sérvia
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Seychelles
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Síria
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Somália
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Sri Lanka
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Sudão
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Sudão do Sul
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Suécia
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Suriname
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Tadjiquistão
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Tailândia
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Tanzânia
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Timor Leste
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Togo
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Trinidad e Tobago
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Tunísia
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Turcomenistão
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Turquia
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Ucrânia
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Uganda
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Uruguai
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Uzbequistão
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Vanuatu
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Venezuela
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Vietnã
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Zâmbia
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Zimbábue
Relembre abaixo marcos da reivindicação do Estado palestino.
1988: Arafat proclama o Estado palestino
Em 15 de novembro de 1988, o líder palestino Yasser Arafat proclamou unilateralmente um Estado palestino independente com Jerusalém como capital. Naquele momento, acontecia a Primeira Intifada, levante da população contra a ocupação israelense.
Arafat fez o anúncio em Argel, capital da Argélia, durante uma reunião do Conselho Nacional Palestino no exílio. Na ocasião, o órgão adotou como objetivo a solução de dois Estados —um israelense e um palestino. Poucos minutos depois, o país africano que sediava o encontro reconheceu oficialmente o Estado palestino.
Em poucas semanas, dezenas de países, incluindo a China, a Índia, a Turquia e a maioria dos Estados árabes seguiram a Argélia. A eles se somaram quase todos os países africanos e nações do bloco soviético.
O Brasil se juntou ao grupo só em dezembro de 2010, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então no final de seu segundo mandato, enviou uma carta a Mahmoud Abbas, presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), reafirmando o reconhecimento do Estado de acordo com as fronteiras existentes antes da Guerra de 1967, quando Israel deu início à anexação de territórios palestinos.
A medida de Lula foi seguida por decisões semelhantes em Argentina, Bolívia, Equador, Chile, Peru e Uruguai. Na América Latina, Venezuela, Cuba, Nicarágua e Costa Rica já o tinham feito e Colômbia, Honduras e El Salvador também aderiram.
2012: um pé na ONU
Sob a liderança de Mahmoud Abbas, a Autoridade Palestina lançou uma ofensiva diplomática nos órgãos internacionais.
A Unesco foi a primeira organização multilateral da ONU a abrir as portas aos palestinos, em 2011. A iniciativa gerou indignação em Israel e Estados Unidos, que abandonaram a entidade, embora Washington tenha retornado em 2023.
Em uma votação histórica em novembro de 2012, a Assembleia-Geral da ONU votou a favor da concessão aos palestinos de um status de Estado Observador Permanente nas Nações Unidas. A medida abriu caminho para a adesão ao TPI (Tribunal Penal Internacional) em 2015 e permitiu a abertura de investigações sobre as operações militares israelenses nos Territórios Palestinos.
Estados Unidos e Israel novamente criticaram a decisão.
2014: a decisão pioneira da Suécia
Em 2014, a Suécia, onde vive grande parte da comunidade palestina, tornou-se o primeiro país a reconhecer a Palestina enquanto membro da União Europeia. Seis outros países europeus já tinham adotado esta política antes de integrarem o bloco econômico: Bulgária, Chipre, Hungria, Polônia, República Tcheca e Romênia.
2024: um novo impulso na Europa
Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram que vão seguir os passos da Suécia, uma decisão que rompe com a concepção de que o reconhecimento do Estado Palestino está atrelado a um processo de paz com Israel.
Em março, Eslovênia e Malta já haviam declarado que estavam dispostos a reconhecer o Estado "quando surgirem as circunstâncias adequadas". Dois meses depois, no dia 9 de maio, o governo esloveno adotou um decreto para a legitimação da Palestina, e o Parlamento deve se pronuncia no dia 13 de junho.
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