Lula defende união contra crime organizado em telefonema com presidente do Equador
Ao falar ao telefone com Daniel Noboa, petista se solidarizou com situação enfrentada pelo país
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O presidente Lula (PT) defendeu que Brasil e Equador se unam para combater o crime organizado ao conversar ao telefone com o presidente equatoriano, Daniel Noboa, na manhã desta terça-feira (23). O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) acompanhou a ligação.
A conversa ocorre em meio à mais recente crise de violência no país andino, imerso em um "conflito armado interno" desde o início de janeiro. Segundo nota, Lula se solidarizou com seu homólogo equatoriano e indicou disposição para ajudar a nação, "inclusive por meio de ações de cooperação em inteligência e segurança".
O petista ainda ressaltou que a luta contra o crime organizado também é desafiadora para o Brasil, com os agravantes da "porosidade e extensão das fronteiras terrestres e marítimas do país".
"Ambos concordaram que os países sul-americanos devem estar unidos no combate ao crime organizado, que atinge a todos, e que o fortalecimento da integração regional é condição fundamental para a superação do problema. Ressaltaram, também, a necessidade de coordenação com países consumidores de drogas para o combate efetivo ao narcotráfico", prossegue o comunicado.
O diálogo entre os dois líderes se dá em um momento em que a crise de segurança no Equador dá sinais de arrefecer. Também nesta terça, Noboa suspendeu o toque de recolher que havia estabelecido ao decretar estado de exceção no país, em 8 de janeiro. Em 160 dos 223 cantões em que o país se divide, assim, os equatorianos poderão voltar a ocupar as ruas entre 23h às 5h.
A declaração de estado de emergência havia sido a resposta inicial de Noboa à fuga do narcotraficante Fito, líder da facção Choneros, da cadeia, em 7 de janeiro. Ainda que o presidente não tenha citado o episódio nominalmente no vídeo em que anunciou a medida, ele afirmou que ela permitia que as Forças Armadas interviessem no sistema prisional.
Mas o decreto só levou as gangues a dobrarem a aposta na violência, detonando explosivos e sequestrando policiais por todo o país no que a imprensa local descreveu como uma "noite de terror".
Foi então que o presidente equatoriano, eleito com um discurso punitivista, assinou um documento afirmando que o país havia entrado em "conflito armado interno". O texto declarava guerra a 22 organizações criminosas, que passaram a ser classificadas de terroristas, e ordenava que as Forças Amadas executassem operações "para neutralizá-las".
A Ameripol (Comunidade de Polícias das Américas), cuja secretaria-executiva é ocupada pela Polícia Federal brasileira, já havia anunciado um plano de cooperação de seus países-membros com a nação em crise dias após sua irrupção.
As propostas que o grupo encaminhou às autoridades de Quito incluíam "intercâmbio de informações de inteligência para enfrentamento do crime organizado" e "disponibilização de equipamentos de inteligência", além de "apoio na identificação dos presos do sistema penitenciário equatoriano e oferecimento de cursos sobre descapitalização [redução de recursos financeiros] para o crime organizado".
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters