Trump cogitou usar bombas nucleares contra furacões, diz site
Ideia não funcionaria porque tempestades acumulam quantidade impressionante de energia
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O presidente dos EUA, Donald Trump, perguntou a seus assessores se seria possível usar armas nucleares para destruir furacões e impedir que eles chegassem à costa do país, de acordo com o site Axios.
A conversa ocorreu em 2017, segundo o site, durante reunião do conselho de segurança nacional sobre furacões, e foi registrada em um memorando.
"Por que não fazemos um ataque nuclear a eles? Eles começam a se formar na costa da África. Quando eles estiverem se movendo pelo Atlântico, nós jogamos uma bomba dentro do olho do furacão e o destruímos. Por que nós não fazemos isso?", questionou Trump.
Um oficial teria respondido: "Senhor, vamos ver isso". Trump voltou a perguntar sobre a possibilidade em outra reunião, mas o assunto não avançou, de acordo com o Axios.
Após a publicação da reportagem, Trump tuitou que a história é ridícula e que nunca disse isso. "Apenas mais fake news!", escreveu nesta segunda (26).
A NOAA (autoridade atmosférica e oceânica dos EUA) explica em seu site por que a ideia não funcionaria.
Um furacão pleno tem uma quantidade imensa de energia, perto da qual uma explosão nuclear seria insignificante para afetá-la.
Um furacão libera energia, em forma de calor, em uma taxa equivalente à de uma explosão de uma bomba de 10 megatons a cada 20 minutos. Como comparação, o artefato nuclear que atingiu Hiroshima, em 1945, tinha apenas 0,015 megatons.
Outra questão é que o material radioativo gerado pela explosão seria facilmente espalhado, contaminaria grandes áreas e geraria danos ambientais.
Além disso, cerca de 80 tempestades de grande porte se formam a cada ano mas, em média, só cinco se tornam furacões. E não há como saber antes quais tempestades vão gerar furacões.
A ideia de usar armas militares para conter tempestades ressurge de tempos em tempos. Em 2017, um evento no Facebook chamou moradores da Flórida para atirarem contra o furacão Irma.
A polícia local precisou divulgar avisos de que a estratégia, além de não funcionar, gera riscos: o vento pode fazer com que as balas voltem na direção de quem as atirou.
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