Europa abre nova investigação sobre painéis solares e turbinas eólicas da China
Suspeita é de concorrência desleal; com preços muito menores, fornecedores chineses tomam lugar de fabricantes europeus
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A União Europeia iniciou uma investigação sobre os subsídios oferecidos a empresas chinesas de turbinas eólicas, intensificando esforços para proteger sua indústria doméstica.
Margrethe Vestager, a principal responsável pela defesa da concorrência no bloco, disse que a investigação examinaria se as empresas chinesas participantes de parques eólicos em toda a Europa podem ter se beneficiado de apoio estatal de Pequim.
A investigação usará os novos poderes da Comissão Europeia, projetados para reprimir subsídios distorcivos feitos por governos estrangeiros, enquanto busca se defender da concorrência desleal do exterior.
Os investigadores examinarão "as condições para o desenvolvimento de parques eólicos na Espanha, Grécia, França, Romênia e Bulgária", disse Vestager.
A investigação sobre o setor eólico vem dias após outra investigação sobre consórcios que concorrem para o desenvolvimento de um parque solar na Romênia ter começado. Os dois consórcios investigados têm fabricantes chineses de painéis solares.
Em fevereiro, a UE lançou uma investigação semelhante sobre a oferta da empresa estatal chinesa CRRC para fornecer trens na Bulgária, com metade do preço de um concorrente europeu. A CRRC posteriormente se retirou do processo.
Em um discurso em Princeton, Vestager disse que Bruxelas deveria abandonar o jogo de bater apenas em casos individuais e usar todos os seus poderes para defender os interesses contra práticas comerciais desleais da China.
"Vimos a forma como a China dominou a indústria de painéis solares", disse ela. "Primeiro, atraindo investimentos estrangeiros para seu grande mercado doméstico, geralmente exigindo joint ventures."
"Em segundo lugar, adquirindo a tecnologia, nem sempre de forma honesta", acrescentou. "Em terceiro lugar, concedendo subsídios maciços para fornecedores domésticos, ao mesmo tempo em que fecha progressivamente o mercado doméstico para empresas estrangeiras. E, em quarto lugar, exportando capacidade excedente para o resto do mundo a preços baixos."
Vestager disse que, como resultado, menos de 3% dos painéis solares já instalados na UE foram produzidos no continente. Várias fábricas fecharam nos últimos meses, alegando não conseguirem competir com as importações chinesas.
As exportações de tecnologia verde da China aumentaram nos últimos meses à medida que abre o país fábricas. Um aumento nas importações de veículos elétricos levou a comissão a abrir uma investigação anti-subsídios no ano passado, que deve ser concluída em julho e poderia resultar em tarifas.
Autoridades chinesas afirmam que seus produtos são simplesmente melhores.
Peng Gang, ministro de assuntos econômicos e comerciais da embaixada chinesa em Bruxelas, escreveu na segunda-feira que a colaboração UE-China era "ganha-ganha".
Ele observou que alguns na Europa atribuíram o sucesso das empresas chinesas aos subsídios —enquanto a UE, ao mesmo tempo, oferecia grandes subsídios a empresas que estavam lutando para serem competitivas.
"Os segredos por trás dos produtos chineses se tornarem globais nunca foram os chamados subsídios, mas sim diligência, inovação e consciência competitiva de gerações de empreendedores chineses", disse ele.
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