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Os ataques do grupo de rebeldes houthis, do Iêmen, a navios que usam o Canal de Suez como rota provocaram uma redução de 90% no tráfego marítimo na região na primeira semana de janeiro na comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com pesquisa realizada pela Clarksons, empresa de serviços de transporte marítimo.
Ao mesmo tempo, o levantamento mostrou que mais do que dobrou o número de embarcações que optaram por fazer o trajeto entre Oriente Médio e Europa através do Cabo da Boa Esperança em um intervalo de duas semanas.
O percurso demora cerca de 12 dias a mais e consiste em contornar a África pelo sul. Ele evita passar pelo Canal de Suez, onde os houthis estão atacando embarcações comerciais desde a segunda quinzena de novembro do ano passado em protesto contra Israel em virtude da guerra contra o grupo terrorista Hamas.
De acordo com a pesquisa, 364 navios porta-contêineres, com capacidade para 4,2 milhões de contêineres de 20 pés (TEUs), optaram pelo trajeto do Cabo da Boa Esperança em 9 de janeiro. Em 21 de dezembro, o número era de 155 embarcações, com capacidade de 1,9 milhão de TEUs.
Na noite de 9 de janeiro, dia em que os dados foram compilados, os rebeldes houthis lançaram um de seus maiores ataques combinados a navios até agora. O Comando Central dos EUA informou que navios de guerra e aeronaves dos EUA e do Reino Unido derrubaram 18 drones, dois mísseis de cruzeiro antinavio e um míssil balístico.
Não foram relatados feridos ou danos no que os EUA disseram ser o 26º ataque a navios comerciais no Mar Vermelho desde 19 de novembro.
Algumas das principais empresas de transporte marítimo como a Hapag-Lloyd e a Maersk confirmaram que está mantida a suspensão do tráfego pelo Canal de Suez e seguirão com as embarcações realizando o percurso do Cabo da Boa Esperança.
As companhias também estão desviando alguns serviços entre a Ásia e a costa leste dos EUA que anteriormente passavam pelo Mar Vermelho e pelo Canal de Suez.
Os navios porta-contêineres são o principal meio de transporte de bens manufaturados e semiacabados em todo o mundo.
Stephen Gordon, chefe de pesquisa da Clarksons, disse que as chegadas de navios porta-contêineres no Golfo de Aden, na entrada do Mar Vermelho, estavam em "níveis muito baixos" desde meados ou final de dezembro.
"As travessias de contêineres [do Mar Vermelho] estão permanecendo em níveis baixos e as travessias ao redor do Cabo estão aumentando", disse Gordon.
Os desvios acelerados fizeram com que o Índice de Frete de Contêineres de Xangai —uma medida dos custos de movimentação de um único contêiner de 40 pés em uma série de rotas de longa distância— em 5 de janeiro atingisse sua taxa mais alta desde a pandemia de Covid-19.
O custo do transporte de um contêiner de Xangai, na China, para Roterdã, na Holanda, aumentou de US$ 1.667 (em 23 de dezembro de 2023) para US$ 3.577 (em 5 de janeiro de 2024). A ida de um contêiner de Xangai para Gênova também dobrou no mesmo período de US$ 1.956 para US$ 4.178.
As linhas de transporte marítimo têm abandonado cada vez mais as rotas do Mar Vermelho e do Canal de Suez desde o final de novembro. Eles têm sido desencorajados por ataques com mísseis dos rebeldes houthis apoiados pelo Irã em navios no Mar Vermelho.
O número de embarcações que optou por trocar o Canal de Suez pelo Cabo da Boa Esperança aumentou desde 30 de dezembro, quando um navio operado pela AP Møller-Maersk, da Dinamarca, foi atacado no Mar Vermelho. O ataque abalou a confiança das linhas de transporte marítimo de que a Operação Prosperity Guardian dos EUA, destinada a evitar ataques houthis, resolveria o problema.
"Para os proprietários de carga, isso está adicionando tempo, custo e interrupção", disse Simon Heaney, gerente sênior de pesquisa de contêineres na Drewry Shipping, com sede em Londres.
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